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O DÍZIMO

Superstição ou Obrigação?

Neste artigo, o autor argumenta que Malaokhi 3:8-11 nas mãos dos defensores do dízimo, é uma enorme fraude exegética. Toma-se o texto fora do contexto criando-se um pretexto financista..

Criar uma nova doutrina bíblica utilizando textos fora do contexto é muito fácil. Se tomarmos, por exemplo, Atos 16:30 e 31 isoladamente, poderemos ensinar que basta um dos membros de uma determinada família se converter para que todos os demais estejam salvos, afinal não é isto que Sha’ul está dizendo? “Crê (crê tu… Sha’ul não está dizendo creiam vocês. Ou crede vós) em Yaohushua hol’Mehushkyah,  e serás salvo, tu e a tua casa”.   

Que alívio não traria esta doce mensagem ao coração amargurado de uma mãe que há mais de 10 anos vem orando pela conversão de um filho desviado! Agora ela está feliz pois basta que ela, somente ela, creia e aceite a Yaohushua como seu Salvador pessoal e automaticamente todos da sua casa estarão igualmente salvos.

Certo ou errado? Que erros grosseiros foram praticados no exemplo acima?

  1. a)A doutrina de salvação não pode ser ensinada tendo por base um só versículo bíblico. (Nenhuma doutrina pode ser consolidada desta forma).
  2. b) Todos os demais versos bíblicos que falam sobre o mesmo tema (salvação) devem ter coerência entre si.
  3. c)Deve-se conhecer o contexto do texto antes de se criar um “pretexto”.

É exatamente isto que acontece com o famoso texto de Ml 3:8-10 – Roubará o homem ao Criador? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, por que me roubais, vós a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e depois fazei prova de mim, diz o Criador dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.  

Nota de o Caminho: Se uma obra não está recebendo as ofertas esperadas, não devemos exortar os membros dizendo que há satan é que está agindo! Se uma Obra está pregando a Verdade e não tem segundas intenções (enriquecimento, soberba, etc) ela, certamente será abençoada e contra as bênçãos de YAOHUH UL’HIM nada pode prevalecer – Mt 16:18.

Talvez seja este o texto mais distorcido das Escrituras. Embora quase que universalmente aceito [inclusive pelos membros da denominação que o usa], contém muitos erros de interpretação. Vejamos:

DÍZIMO É LEI CERIMONIAL

O povo de Yaoshor’ul era governado por vários tipos de leis: Alguns exemplos…

Depois de analisar cuidadosamente o quadro acima, pare, reflita e responda sinceramente. A que lei pertencia a instrução do dízimo? À lei de saúde? À lei social? À lei civil?

Óbvio que não! O dízimo se enquadra unicamente na lei cerimonial. A lei que caducou na cruz. A lei que não tem mais nenhuma validade para todos nós que vivemos sob o novo concerto, pois mandamentos cerimoniais são para os judaicos do velho testamento.

Tome cada passagem bíblica sobre dízimo e observe que os contextos sempre contêm instruções cerimoniais. Agregados aos dízimos lá estão as ofertas alçadas, os bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.

Mas, alguém poderia argumentar que o termo “roubará o homem ao Criador?” faz Malaokhi 3:8-10 se enquadrar no oitavo mandamento da lei moral,  “não furtarás” ou por analogia, ainda valendo para os nossos dias…

Entretanto, cada vez que um judaico quebrava algum mandamento cerimonial também pecava contra a lei moral. A ligação é intrínseca. Veja alguns exemplos:

  1.  Se um sacerdote raspasse os cantos da barba ou fizesse incisões no corpo estaria pecando contra a lei cerimonial pois eles deveriam ser santos ao CRIADOR e não profanar o Seu Nome (Lv 21:5). Estaria também automaticamente pecando contra a lei moral, terceiro mandamento,  “não tomarás o Nome do CRIADOR, o teu Criador em vão” (Ex 20:7).
  2.  Se a filha de um sacerdote se casasse com um estrangeiro e comesse das ofertas das coisas sagradas estaria pecando contra a lei cerimonial (Lv 22:12 em ligação com Ml 2:11) e ao mesmo tempo pecando também contra o quinto mandamento da lei moral, “honra a teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra que o CRIADOR, o teu Criador te dá” (Ex 20:12). Não era esta desobediência um vexame e uma desonra para um pai sacerdote, líder religioso dos judaicos?
  3.  Se um judaico, ao invés de sacrificar animais ao CRIADOR erigisse um altar a Baal [SENHOR], estaria pecando contra a lei cerimonial e a lei moral. Os animais da lei cerimonial sacrificados a um ídolo implicaria também em pecado contra o primeiro mandamento da lei moral que diz “Não terás ídolos diante de Mim”. (Ex 20:3 – como fazem os seguidores da trindade).
  4.  Se um yaoshorul’ita furtasse alguma coisa de alguém que já tivesse morrido e não encontrasse um parente próximo para pagar uma compensação estaria sob o rigor da lei cerimonial. Deveria fazer plena restituição com acréscimo de vinte por cento diretamente ao sacerdote trazendo um carneiro para fazer expiação deste pecado. (Nm 5:6-8). Um procedimento cerimonial para um pecado contra o oitavo mandamento da lei moral: “Não furtarás”. (Ex 20:15)
  5.  Quando um judaico cometia um homicídio culposo pecava contra o sexto mandamento da lei moral que diz “não matarás”. Mas tinha que cumprir um ritual do código civil fugindo para alguma cidade de refúgio onde o vingador do sangue não o poderia atacar. Vários tipos de leis interligadas.
  6.  Quando uma mulher casada adulterava ou estava sob suspeita de adultério (pecado contra a lei moral) o marido a trazia ao sacerdote para um longo ritual (lei cerimonial). Oferta de farinha de cevada, oferta de cereais, de ciúmes, água santa num vaso de barro misturada com pó do chão do tabernáculo, etc. A mulher então soltava o cabelo, punha a mão sobre a farinha e bebia a água amarga fazendo juramentos perante o CRIADOR. (Lv 5:11 a 31 – principalmente o verso 29). Novamente a lei moral e a lei cerimonial andando juntas até a cruz.

Nota de oCaminho: Todo e qualquer pecado, por consequência, acaba ferindo um ou mais dos mandamentos discriminados nas Dez Palavras…

Quando Yaohushua morreu no calvário o véu do Templo se rasgou de cima em baixo. Neste instante a lei cerimonial foi cravada na cruz. Caducava o velho concerto. Daquele momento em diante todos os crentes passariam a viver sob a Aliança, agora renovada em hol’Mehushkyah.

Nota de oCaminho: No entanto, os judaicos, não aceitando Yaohushua como sendo o cumprimento das profecias messiânicas, continuaram a sacrificar até verem o seu templo sendo destruído pelos romanos no ano 70 d.Y. – Gl 5:4. E, ainda hoje, existem grupos de messiânicos que julgam ser necessário reconstruir o templo, voltar a sacrificar, para que o Messias retorne (ou venha pela primeira vez, como pensam os judaicos ortodoxos).

Dízimo é lei cerimonial, tema do velho concerto. Você conhece algum texto bíblico que instrua o povo do CRIADOR a pagar dízimos após a ressurreição de Cristo?

Nota de oCaminho: Usar Mateus 23:23 é mais uma vez usar um texto fora do contexto pois quando Yaohushua disse estas palavras, o sacerdócio levita ainda estava vigente…

Tome sua Bíblia e leia atentamente os três primeiros capítulos de Malaokhi/Malaokhi e veja que o contexto inteiro está fundamentado na lei cerimonial; além de que é uma reprimenda aos SACERDOTES, não ao povo!!!.

CAPÍTULO 1 VERSO 7: Pães imundos sobre o altar.

CAPÍTULO 1 VERSO 8: Animais cegos, coxos e doentes sobre o altar.

CAPÍTULO 1 VERSO 10: Fogo debalde no altar do CRIADOR.

CAPITULO 1 VERSO 11: Incenso e oblação pura.

CAPÍTULO 1 VERSO 12: Mesa impura e comida desprezível.

CAPÍTULO 2 VERSO 3: Esterco do sacrifício.

CAPÍTULO 2 VERSOS 4 e 8: Aliança com Levi.

CAPÍTULO 2 VERSO 13: Altar do CRIADOR com lágrimas e choro.

CAPÍTULO 3 VERSO 4: Ofertas de Judá como nos dias antigos.

CAPÍTULO 3 VERSO 8: Dízimos e ofertas alçadas.

CAPÍTULO 3 VERSO 14: Andar em luto.

Nota de oCaminho: Além de que o assunto ali é que os SACERDOTES LEVITAS não estavam cumprindo suas funções sacerdotais no Templo e estavam obtendo um enriquecimento ilícito – como muitos hoje o fazem, através dos dízimos recolhidos… Veja em Atos 4:36-37 um levita nestas condições (e se arrependendo).

Como podemos agora tomar o texto de Malaokhi, extrair a porção contida nos versos 8-10 do capítulo 3 e fazer uma aplicação de roubo de dinheiro para os cristãos de nossa época? Os ladrões do livro de Malaokhi são outros e eles não estão roubando dinheiro!

MALAQUIAS 3:8-10 NÃO É PARA VOCÊ!

O leitor atento notará que Ml 3:8-10 pertence a um grande texto com início no capítulo 2 verso 1 estendendo-se até o verso 18 do capítulo 3. (Faz-se necessário ler todo o texto para se captar o contexto).

Atente para o primeiro verso do capítulo 2. Para quem é a dura mensagem? Para os sacerdotes, é claro! “Agora, ó sacerdoteseste mandamento é para vós”. A mensagem é para os sacerdotes e não para nós. Eles é que estavam roubando ao Criador; e ainda eram bem hipócritas. Veja as ligações do contexto:

  1.  Em que nos amaste? (1:1)
  2.  Em que desprezamos? (1:6)
  3.  Em que te havemos profanado? (1:7)
  4.  Em que o enfadamos? (2:17)
  5.  Em que havemos de tornar? (3:7)
  6.  Em que te roubamos?(3:8)

Mesmo o trecho “vós a nação toda” (Ml 3:9) é dirigida a eles. É uma hipérbole, uma figura de linguagem que Malaokhi usou querendo dizer: “Tá todo mundo roubando” (inclusive o povo que comodamente “faziam” a sua parte e se acomodavam não fazendo cobranças à seus líderes espirituais, pela ausência de bênçãos).

Nota de o Caminho: assim agem os membros das diversas denominações que dizimam; sabem do erro e da má aplicação do dízimo – ou seja, o enriquecimento ilícito dos “pastores” – e mesmo assim se acomodam dizendo: Eu faço a minha parte e eles serão cobrados pelo Eterno! Pergunto: Você com esta atitude não estará impedindo que muitas pessoas necessitadas sejam beneficiadas com o seu “dízimo”? E você não estará sendo responsável pelas milhares de pessoas, indignadas, saiam de suas igrejas? Pense nisto e levante a sua voz!!!

Portanto, mesmo que toda a nação estivesse roubando ao Criador, a responsabilidade ainda era dos sacerdotes conforme declarado no verso 8 do capítulo 2: “Mas vós vos desviastes do Caminho, a muitos fizestes tropeçar na Lei”.

A Bíblia contém mensagens específicas para determinadas pessoas. Não podemos tomá-las e sair por aí aplicando-as às nossas vidas (ou colocando “carapuças” em outros).

Imaginemos um cristão sincero chegando em casa aflito depois de um sermão. Então veementemente conclama a esposa e aos filhos para arrumarem as malas pois terão que mudar daquela casa, daquele bairro, daquela cidade já! Para onde irão [para as montanhas, como ensinam “alguns”?]? Para onde o Criador mostrar! Por quê? Ordem bíblica: “Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei” (Gn 12:1). Isto não seria uma loucura? É bom que fique bem claro que esta ordem foi dada pelo CRIADOR especificamente ao patriarca Abrul’han. Ele deveria se mudar de casa, de cidade, de país. Ele, e não nós!!!

Nota de oCaminho – Para nós temos um outro conselho: Sai dela (de Babilônia – igrejas que pregam o erro) Povo Meu – Ap 18:4. Este é o conselho a ser seguido; caso não… para que não sejas participante dos sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas.

Se aplicarmos o mesmo raciocínio para a ordem que o Criador deu a Mehushua logo veremos alguns cristãos loucos conversando com pedras pois o Criador lhe disse: “Fala à Rocha” (Nm 20:8 – se bem que já vi “alguns” com pedacinhos de pau, ordenando a diversos bens materiais). É para nós este mandamento? Devemos sair por aí dialogando com os rochedos? Ou deveria alguém começar a construir uma arca só porque a Bíblia ordenou a Nokh  “Faze para ti uma arca de madeira” (Gn 6:14)?

Quando o Criador fala com Abrul’han é com Abrul’han. Quando Ele fala com Mehushua é com Mehushua. Com Nokh,  Nokh. Com sacerdotes, sacerdotes! É claro que a Bíblia está repleta de grandes conselhos que podemos e devemos tomar para nós, mas precisamos submetê-los aos princípios hermenêuticos adequados.

Dizer que Ml 3:8-10 é uma mensagem para os cristãos do século XXI é uma fraude exegética. O CRIADOR estava dizendo que os judaicos do velho concerto eram ladrões! Mas afinal, o que eles estavam roubando?  

OS DÍZIMOS DE MALAQUIAS SÃO ALIMENTOS

O dízimo citado em Ml 3:8-10 não é dinheiro. É alimento. Em coerência com todos os demais textos bíblicos sobre o assunto, dízimo aqui é MANTIMENTO (que os sacerdotes estavam convertendo em bens)!

O povo trazia animais perfeitos para a casa do tesouro e, provavelmente os sacerdotes corruptos estivessem roubando os animais sãos e oferecendo em seu lugar animais defeituosos. Malaokhi afirma categoricamente que os animais eram roubados! (Mal. 1:8 e 13).

Como o dízimo tinha três utilidades básicas: ser consumido pelo próprio dizimista perante o CRIADOR (Dt 14:23 – sustentar o clero (Nm 18:24) e socorrer os necessitados (Dt 14:28,29 – aqui se enquadrava os pobres que também se alimentavam do templo: Será que os nossos “sacerdotes” estão alimentando os necessitados?), todos saíam perdendo. Os sacerdotes estavam roubando a adoração ao CRIADOR. Impediam ao povo cultuar ao CRIADOR conforme as instruções contidas na Lei dada a Mehushua. E, eles estavam roubando a Glória do CRIADOR (Shekhinah – Ml 2:7-9).

O ritual dos dízimos estava diretamente ligado à liturgia, aos procedimentos de culto e à adoração. No momento em que os sacerdotes desqualificaram o culto, eles e a nação toda mergulharam no obscurantismo religioso. Sem luz os outros pecados eram uma questão de tempo. Desonestidade (2:10); hipocrisia (2:13); adultério (2:14,15 e 16); roubo (1:13).

Advertências ao clero aparecem em outros trechos das Escrituras. Em Ez 34:1-10 lemos: “Filho do homem, profetiza contra os apascentadores de Yaoshor’ul… Ai dos apascentadores de Yaoshor’ul que se apascentam a si mesmos. Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura e vestis-vos de lã.  Degolais o cevado, mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes… a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza… As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes… Portanto, ó apascentadores, ouvi a palavra do CRIADOR…”.

NOTA de oCaminho – a promessa aqui é que no Juízo (possivelmente durante o Armagedom) é que literalmente estes líderes serão degolados!!!

Precisamos compreender que clero corrupto sempre existiu! As mais duras mensagens das Escrituras são para eles e não para nós. Até o texto de Ap 3:14-22 é mal interpretado. O endereçamento da advertência é claro: “Ao anjo da igreja de Laodicéia”. Ao anjo da igreja: os administradores da igreja de Laodicéia!

Tome uma Bíblia na Linguagem de Hoje e confira.

A Bíblia Viva traz: “Ao líder da igreja de Laodicéia”. Portanto, especialmente os líderes religiosos correm o risco de serem vomitados da boca do CRIADOR. Eles são os principais“mornos”. Os membros que os seguem por conveniência podem ser incluídos. São eles os grandes “nem quentes e nem frios”. Os “coitados, miseráveis, pobres, cegos e nus”. Precisam urgentemente comprar ouro puro, vestes brancas e colírio. Mas, infelizmente suas atitudes são do tipo “rico somos e estamos enriquecidos, e de nada temos falta”! E, por pura conveniência, atribuem a mensagem aos “membros da oholyáo, que sã o FRIOS e não não trazem ofertas para as causas especiais …

Roubará o homem ao Criador? Dinheiro não! Ninguém está roubando o dinheiro do CRIADOR quando se abstém de dar para a igreja dez por cento de seus salários. Os que adoram ao Criador hoje o fazem em espírito e em verdade. Quem deixa de entregar à igreja dez por cento de sua renda não está cometendo nenhum furto. Não existe esta possibilidade! O texto de Ml 3:8-10 foi completamente distorcido para se chegar a uma teologia tão esdrúxula, quanto à teologia da prosperidade.

A casa do tesouro estava sem mantimento porque era administrada por sacerdotes desonestos. A casa do tesouro, um enorme compartimento do Templo destinado à armazenagem da comida santa, passava por problemas administrativos. Malaokhi então se levanta e envia uma dura mensagem ao clero judaico.

Roubar ao Criador é deixar os órfãos, as viúvas e os pobres sem comida. Malaokhi coloca estes criminosos no mesmo patamar dos feiticeiros e adúlteros. (Ml 3:5). Os dízimos do CRIADOR estavam sendo desviados das bocas destes excluídos para as “contas bancárias” dos sacerdotes corruptos. Por isso a ordem: “Trazei todos os dízimos”. Uma boa parte não estava chegando ao Templo e o CRIADOR dos Exércitos enviaria as maldições.

A IGREJA NÃO É A CASA DO TESOURO

Os defensores da doutrina do dízimo interpretam muito mal o texto de Ml 3:10 afirmando que Casa do Tesouro corresponde à Igreja (Associação ou Congregação) e que os dízimos são dez por cento de nossas rendas. A contextualização é feita da seguinte forma:

DÍZIMO = DEZ POR CENTO DOS SALÁRIOS.

CASA DO TESOURO = IGREJA (ASSOCIAÇÃO)

MINHA CASA = IGREJA (ORGANIZAÇÃO)

MANTIMENTO = COMIDA (DINHEIRO)

Mas, não se pode tomar um versículo bíblico  e aplicar técnicas de contextualização  em apenas parte dele. Se DÍZIMO, CASA DO TESOURO e MINHA CASA foram contextualizados logo MANTIMENTO também precisa sofrer a mesma regra..

Ou deixamos o texto inteiro na sua forma literal ou contextualizamos tudo. É por isso que MANTIMENTO em Ml 3:10 contextualizado significará  A PALAVRA DO CRIADOR,  o pão espiritual, e nunca o pão literal, o sustento do clero, o arroz e o feijão que os “pastores” compram [se é que compram; a grande maioria nem sabem o preço de um simples pãozinho, sempre tem um MEMBRO afoito em lhes dar de tudo] no supermercado!

Vejamos um outro exemplo:

“O CRIADOR é o meu Apascentador, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente às águas tranquilas” – Sl 23:1,2.

Contextualização:

APASCENTADOR = Líder espiritual [rosh]. Aquele que nos conduz com segurança pelos Caminhos da vida.

DEITAR = Descansar pela fé. Depor nossos fardos.

VERDES PASTOS =  A Palavra do CRIADOR. A alimentação providenciada pelo rosh.

ÁGUAS TRANQUILAS =  A água viva que acaba com a sede do espírito. (Jo 4:13,14)

Imaginemos agora alguém dizer que Yaohushua é o nosso líder espiritual (APASCENTADOR),aquele que nos faz descansar pela fé (DEITAR) e nos alimenta com a Palavra (VERDES PASTOS). É ele também o Criador maravilhoso que nos concede um litro de água mineral bem gelada para mitigar a nossa sede. Que contextualização descabida é esta que se aplica apenas à uma parte do verso? A expressão “águas tranquilas” não pode ter aplicação literal isolada. Não é H2O.

Desta forma, Ml 3:10 contextualizado na versão das Escrituras na Linguagem do Dinheiroficaria assim: “Trazei DEZ POR CENTO DE VOSSOS SALÁRIOS à ASSOCIAÇÃO para que haja A PALAVRA DO CRIADOR na IGREJA.

Ora, a Palavra do CRIADOR pode ser comprada? Se sim, em que termos? Por hora, por dia, por capítulo ou versículo? A vista ou a prazo? Com cheque, dinheiro ou cartão de crédito? E as igrejas que não têm dinheiro? Ficarão sem a Palavra do CRIADOR? E aqueles que têm muito dinheiro? Poderão adquirir mais “Palavra do CRIADOR” que os seus irmãos mais pobres? A quem será paga esta Palavra? Bancando o salário do clero estaremos automaticamente pagando a “Palavra do CRIADOR”? E as igrejas sem apascentadores como estarão? Ficarão sem a Palavra?

“EU, O CRIADOR, NÃO MUDO” (Ml 3:6)

Os homens tentaram modificar a palavra do CRIADOR, mas note que inserido no próprio texto do profeta Malaokhi, antes das instruções dizimistas dos versos 8 a 10 do capítulo 3, o Criador declara que Ele não muda. Uma importante advertência aos que pretendem modificar o sentido da mensagem adaptando-a a interesses financeiros.

O Criador não muda porque os dízimos em Malaokhi continuam tendo ligação com à agricultura, com os frutos da vide, com o mantimento.

Mas, para os obedientes, a benção. Benção detalhada no verso 11 do capítulo 3. Observe bem a descrição bíblica. A benção é prometida àqueles que trouxessem os dízimos à Casa do Tesouro (e a quem deixasse de roubá-los). Toda a bênção é de consequência agrícola; já que os dízimos eram produtos provenientes da agricultura.

“Repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra. A vossa vide no campo não será estéril, diz o CRIADOR dos Exércitos”.

O que fazem os dizimistas? Tomam a última parte do verso 10 que antecede o texto acima e mudam o sentido da benção. “E depois fazei prova de mim, diz o CRIADOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.

Ora, abrir as janelas dos céus é oferecer boas condições climáticas, chuvas, para que a colheita fosse farta. Era um assunto especificamente destinado aos dizimistas agricultores. Pessoas ligadas à terra! Os outros profissionais judaicos, pescadores, carpinteiros, padeiros, guardas, nada tinham a ver com esta briga, se bem que TODOS eram dependentes da agricultura – muitos serviços eram pagos com produtos agrícolas!!!

Como então dizer que o devorador aqui é o diabo? Que o fruto da terra são nossos empregos? Que a abastança é dinheiro, prosperidade (mesmo que a nossa realidade hoje, seja outra; isto seria contextualizar apenas parte da citação)?

É triste a situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para a igreja e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando ela não vem eles – os “pastores” – reinterpretam o texto dizendo que a abastança citada por Malaokhi é saúde, paz, amor e esperança e… prosperidade, é claro!!!

Uma cadeia de equívocos interpretativos pois quando lemos estes quatro versos com a devida atenção fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e não espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde, paz, amor e esperança!

O Criador não muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros em série. O fim será uma forte decepção com a religião e com Criador que nenhuma culpa tem neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaokhi! Mas o nosso Criador continua sempre o mesmo!

Nota de oCaminho: Os dizimistas de hoje, serão os apostatados de amanhã… Veja a alta rotatividade de membros nestas “igrejas” que exigem dízimos a troco de bênçãos (principalmente bênçãos materiais); sem bem que isto seja ótimo para eles (os “pastores” – pra que serve um membro cuja carteira já tenha sido devidamente limpa?)!

ADVERTÊNCIA FINAL

Já que os tais líderes religiosos querem tomar para si a aplicação do texto de Malaokhi, sugerimos que absorvam primeiramente a grande mensagem contida no capítulo 2 verso 7: “Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do CRIADOR dos Exércitos”.

O clero tem a responsabilidade de guardar e de manter o conhecimento. “Pastores” e líderes devem passar para o povo a instrução correta pois são [deveriam ser] os depositários da Verdade. Precisam parar de ensinar  heresias, distorcendo textos aqui e acolá. Os “sacerdotes” modernos precisam assumir o papel de mensageiros do CRIADOR dos Exércitos. Não podem enganar os filhos do CRIADOR. Onde está a coragem sacerdotal para dizer à igreja toda a verdade do livro de Malaokhi? “Mas vós desviastes do Caminho e a muitos fizestes tropeçar…” Ml 2:8.

Quanto a nós cristãos, membros comuns da igreja, não somos ladrões!!! Não estamos furtando ao Criador! Estamos livres em Yaohushua hol’Mehushkyah, vivendo felizes sob o Concerto renovado na cruz. A graça de Yaohushua já nos libertou destes dogmas. Altar de incenso, circuncisão, dízimos são temas do Concerto vigente antes da cruz. Nós vivemos numa outra época. “Cada um contribua segundo o seu coração. Não com tristeza ou por necessidade, pois o Criador ama o que dá com alegria” (II Co 9:7).

Nota de oCaminho: Se alguém propõe em seu coração de separar 10% de seus rendimentos para ofertar à sua congregação, que o faça por amor… Porém, muitos ofertantes, acabam por ofertar bem mais do que os tais 10%.

A superstição criada pela doutrina do dízimo não condiz com a mensagem de liberdade da Aliança renovada em Yaohushua. A crença de que seremos amaldiçoados se não dermos dez por cento de nossos salários à “igreja” é um engodo e tanto. Superstição! Simplesmente superstição (e disto, “os pastores” se aproveitam para o seu benefício próprio)… Não importa qual seja o ritual.

Algumas pessoas usam ferraduras atrás da porta, outros andam com folhas de arruda sobre a orelha ou de louro na carteira e os cristãos dão dízimos de seus salários para afastar as maldições de Malaokhi.

A superstição é uma ferramenta perfeita nas mãos destes líderes religiosos. Sempre foi assim. Na idade média as pessoas acreditavam que comprando indulgências “escapariam do purgatório, indo diretamente para o céu” – até matavam para isto (as tais de guerras santas – as cruzadas). Quanto dinheiro o clero medieval não amealhou durante séculos explorando a crendice supersticiosa de milhões de sinceros!

Hoje líderes religiosos árabes enganam jovens humildes com a “Doutrina da Guerra Santa”. Eles criaram a superstição que garante o “CÉU” aos muçulmanos que morrerem em combate. Ser um homem bomba suicida é lucro. É passaporte garantido para o “paraíso” eterno.

Nota de oCaminho: a própria doutrina de uma vida no céu [leia Sl 115:16], advinda do paganismo, foi criada com este objetivo: recompensa pelas “boas obras” (tudo na “conta” do Messias)!!!

Também foi uma tola superstição como esta que fez aquele pobre paralítico “mofar” 38 anos às margens do tanque de Betesda. Ele e os demais acreditavam que um anjo de vez em quando aparecia por ali e mexia a água. O primeiro doente – que não estivesse tão doente – a pular dentro do tanque ficava curado (que “deus” é este que premia somente os mais aptos, espertos?). Superstições! Superstições!

Hoje, cristãos sinceros deixam de comprar gêneros de primeira necessidade para pagar dízimos às suas “igrejas”. Põe dez por cento de seus salários num envelope, lançam-no na salva de ofertas e saem aliviados. “Agora o Criador vai me abençoar. Já cumpri minha parte [pagando, não doando]; se os “pastores” não fizerem bom uso, o problema é deles com Criador”. A superstição é tão forte que alguns chegam a pagar dízimos com cheques pré-datados (e algumas igrejas aceitam até cartão de crédito) afim de se livrarem da maldição de Malaokhi.

Nota de oCaminho – Seria lícito aceitar um dízimo “bem gordo” advindo de pessoas envolvidas em tráficos? Pergunte se o “pastor” deseja saber a origem do seu “salário”? Em tempo, você sabe a origem da palavra PASTOR? Pax = voz; stur = satir ou satã; portanto: voz de satã! Nada mais correto, uma vez que eles só ensinam falsas doutrinas; principalmente a trindade!

A SUPERSTIÇÃO é a contramão da GRAÇA. A superstição manda cumprir exigências a fim de se livrar das consequências. A graça já nos fez consequências. Somos a consequência do amor do CRIADOR. Ele tomou a iniciativa e cravou a Lei Cerimonial na cruz, declarando que somos livres!

Aconteceu com os discípulos e acontecerá com você. Você consegue imaginar Káfos, Yaohu’caf e Yaohu’khánam pagando dízimos ao Templo, a instituição corrompida que matou Yaohushua? E, se não mais pagaram, receberam as maldições de malaokhi?

Eles eram homem livres. Os rebentos do novo concerto. Tinham um ministério de auto-sustentação descompromissado com o sistema judaico. O único discípulo de Yaohushua a ganhar dinheiro da “Obra” (do Templo) foi Yaohu’dáh, o Ish’kerioth. Os sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela traição fatal. Coincidência ou não,  era ele também um grande ladrão!

Roubará o homem ao CRIADOR hoje? Não nos dízimos! Com certeza, não! E, portanto, o único sistema bíblico que verdadeiramente mede o coração do crente é o OFERTAR!!! A sua oholyao precisa de vc em suas despesas básicas…

 

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Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

Edição de oCaminho

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