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“Virgem” ou “Jovem”: Um Estudo sobre

Is 7:14

Tenho-vos dito estas coisas, para que em Mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo. Jo 16:33.

 Edição de oCaminho

Introdução: Biblicamente, Yaohushua não poderia ser em nada diferente de nós, pobres pecadores…  Por isto, Ele nasceu, viveu e morreu como qualquer um de nós. Gl 4:4; Hb 4:15. Quando Ele disse que nós poderíamos vencer, como Ele venceu, estava nos afirmando que ELE nada tinha de diferente em relação à nos… Veja: Tenho-vos dito estas coisas, para que em Mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo. Jo 16:33. Portanto, aqui Ele está nos colocando em pé de igualdade, sem nada de “divino” como quer a trindade…

Em outra ocasião, Ele novamente nos coloca em pé de igualdade ao dizer: Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em Mim, esse também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas; porque Eu vou para o Pai; Jo 14:12.

Mas, como entender os textos que apontam para um nascimento miraculoso, ou seja, nascer de uma virgem, sem a conjunção carnal? Os próprios incrédulos usam a ciência para “derrubar” tal crença ao afirmar que toda nova vida depende da carga genética de um homem (cromossomos Y) e de uma mulher (cromossomos X). Mas, este não é o argumento necessário – Adão/Adan foi criado completo (já adulto) e sem a necessidade de antecedentes masculinos e femininos – pois, cremos em milagres, ou seja, somos criacionistas!!!

Porem, que tipo de milagre foi necessário para que o nosso Messias nascesse em Maria/Maoro’em  [Hb 10:5]? Voltemos ao Eden… Ali, na criação um corpo foi formado dos mesmos elementos químicos que nós [pó da terra]; e, para que ele tornasse vida [uma alma vivente – Gn 2:7] uma porção do fôlego de Vida do ETERNO [passada ao FILHO (o Criador), antes de existir o tempo; antes da eternidade – Jo 5:26] foi “soprado” sobre aquela massa inerte, o corpo de Adan! E, a partir daquele momento, toda espécie de vida, passou a ter este poder: gerar (transmitir) vida! A cada conjunção carnal, esta pequena porção de vida soprada no Eden, passa ao “fruto gerado”.

E quanto ao nascimento de Yaohushua? Ali, o mesmo espírito vivificante – I Co 15:45 – vem em plenitude e dá vida ao fruto de José/Yaohu’saf e Maria/Maoro’em. Evidente que o Filho, sendo Pleno Espírito [como o Pai o é – Jo 4:24], não “caberia” naquele novo corpo gerado e por isto nos é dito em Fl 2:6-11 que Ele esvaziou-Se de seus atributos divinos e passou a habitar entre nós – Jo 1:14.

Mas, repito, e os textos???

Para respondermos temos que salientar alguns pontos:

  1. Os originais deMateus/Man’yaohuh mais antigos, além de estarem no aramaico [hebraico arcaico e não no grego como muitos “doutores” ensinam], não contêm o nascimento de Yaohushua, ou seja, termina na genealogia.
  2. O outro evangelho [Luka] foi escrito bem mais tarde e o próprio autor diz que pesquisou para escrever tal relato e, certamente, usou uma cópia grega já com o relato do nascimento…
  3. Apesar de ter tido um tipo de inspiração divina, isto não isenta Luka [não o evangelista, mas as cópias de tal evangelho que chegaram até nós – a mais antiga é datada do terceiro século] de erro; e, como exemplo podemos citar Lc 4:39 –Assim que cumpriram tudo segundo a lei do Criador, voltaram à Galiléia, para sua cidade de Nazaré. Onde está o erro? Em NAZARÉ; esta cidade nunca existiu e após perceberem o erro na tradução grega, procurou-se “batizar” uma antiga povoação na Galiléia, com este nome. O texto correto é: voltaram aos nazarenos; uma seita de seus dias que pregavam a pureza e o sacrifício, geralmente baseado no nazireado! E o pior, para a existência de Nazaré naqueles dias, é o relato de Lc 4:29 que diz que desejaram lançá-Lo encosta a baixo e a “cidade de Nazaré” esta em uma planície!
  4. As genealogias são contraditórias!!! Será??? Pois é justamente nas genealogias que podemos encontrar o texto autentico, sem as manipulações impostas por corruptos pagãos.

Vejamos: o texto original de Mateus/Man’yaohuh está no Hebraico antigo e como sabemos, ali não encontramos vogais – apenas consoantes, que dependendo de sua posição podem assumir o som do que seriam vogais para nós – e por isto algumas palavras podem assumir sentidos diversos. Para um “doutor” em hebraico, tais palavras são traduzidas ao pé da letra, sem levar em consideração o contexto!

Daí, lemos nas escrituras corrompidas: …e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu o Messias, que se chama Cristo. Mt 1:16. E, muitos perguntariam, onde está a corrupção? Como o aramaico é a origem do hebraico, e muitas vezes era confundido com o mesmo, não há como determinar o original. De qualquer forma, os manuscritos semitas mais antigos que temos são o Sírio Antigo e a Peshitta.

A tradução grega, ao listar Mt 1:16 como ‘marido’, praticamente fechou questão com relação a este assunto. Contudo, as coisas não são assim tão simples, pois a palavra traduzida normalmente como ‘marido’ também pode ser traduzida como ‘homem’ e ‘pai’. Todas as três traduções estão presentes ao longo do texto do Bhit Hadasha (Testamento Renovado). Porém, neste contexto – das genealogias – a palavra ‘pai’ é a que mais faz sentido.

As Genealogias de Yaohushua

A genealogia de Yaohushua é encontrada tanto em Mateus/Man’yaohuh quanto em Luka. Abaixo as duas genealogias, como estão nas escrituras trinitarianas:

Nota de o Caminho – neste estudo será usado o hebraico atual:

I – A Genealogia de acordo com Man’yaohuh:

Primeira Série, Segunda Série, Terceira Série

Avraham Shua’olmoh Sh’altiel

Yitz’chak Rechav’am Z’rubavel

Ya’akov Aviyah Av’ichud

Yehudah Asa Elyakim

Peretz Y’hoshafat Azur

Chetzron Y’horam Tzadok

Ram Uziyahu Ammon

Amminadav Yotam El’ichud

Nachson Achaz El’azar

Salmom Chizkiyahu Mattan

Bo’az M’nasheh Ya’akov

Oved Ammon Yaohu’saf (considerado aqui como marido de Maoro’em)

Yishai Yoshiyahu Yaohushua

David Y’chanyah

 

II – A Genealogia de acordo com Luka:

Primeira Série, Segunda Série, Terceira Série

Avraham Nathan Er

Yitz’chak Mattatah Elmadan

Ya’akov Manah Kosam

Yehudah Mal’ah Adi

Peretz Elyakim Malki

Chetzron Yonam Neri

Ram Yaohu’saf Sh’altiel

Amminadav Yehudah Z’rubavel

Nachson Shimon Reisha

Salmom Levi Yochanan

Bo’az Mattat Yodah

Oved Yoram Yaohu’saf

Yishai Eli’ezer Shim’i

David Yehoshua Man’yaohuh

Machat

Nagai

Hesli

Nachum

Amotz

Man’yaohuh

Yaohu’saf

Yannai

Malki

Levi

Mattat

Eli

Yaohu’saf (marido de Maoro’em)

Yaohushua

Entendendo os Problemas da Tradução Tradicional

Quando comparamos os quadros das duas traduções, vemos imediatamente quais são os problemas da interpretação original [trinitariana]:

Problema 1: Diferenças entre Man’yaohuh e Luka

A primeira coisa que de cara salta aos olhos é a grande disparidade que há entre um relato e outro. As diferenças são demasiadamente grandes para permitir uma conciliação, sendo o único nome coincidente o de Elyakim, e mesmo assim percebemos nitidamente pela posição da tabela que são pessoas diferentes.

Há quem atribua a genealogia de Luka a Maoro’em, porém este é um argumento fraquíssimo, pois o texto em Luka é muito claro quanto à genealogia ser de Yaohu’saf.

Problema 2: Linhagem de Shua’olmoh (Salomão) vs. Linhagem de Nathan

Alguns tentam conciliar esta diferença valendo-se da instrução da Toráh de que caso um homem venha a falecer, seu irmão deve casar-se com sua viúva a fim de garantir-lhe uma linhagem. Contudo, não temos nada nas Escrituras que indique que isto ocorreu, portanto seria na melhor das hipóteses uma especulação. E, considerando as diferenças entre os nomes dos descendentes, não seria uma hipótese muito provável.

Problema 3: Falta um nome em Man’yaohu

Outro problema inexplicável é o seguinte: se o Yaohu’saf em questão é de fato marido de Maoro’em, então temos 14-14-13 gerações em Man’yaohuh (Mateus) e não 14-14-14 como o próprio Man’yaohuh (Mateus) escreve que é.

Existem pelo menos duas tentativas de se explicar tal situação: uns dizem que este ou aquele nome deveria ser contado duas vezes, o que beira o absurdo. Outra tentativa mais sensata é a de utilizar como fonte os manuscritos hebraicos da idade média, que listam Avner entre Av’ichud e Elyakim. Isto resolveria esta problema, contudo esbarramos em duas dificuldades:

  1. a) Não há como provar que os manuscritos da idade média são cópias do original;
  2. b) Esta solução não resolveria os problemas 1, 2 e 4 [reveja-os, acima];

Seria, portanto, uma tentativa de “corrigir o erro” da genealogia…

Problema 4: Semente de David

De acordo com as traduções gregas, ambas as genealogias seriam de Yaohu’saf. Desta forma, não haveria como garantir que Maoro’em é filha de Davi/Dáoud; e, José/Yaohu’saf, não tendo participação ‘ativa’, não poderia transmitir tal descendência. Assim, um dos pilares de nossa fé estaria comprometido, pois o Messias deveria vir da semente de David. Existem versículos que deixam claro que Yaohushua é descendente biológico de David. Rm 1:3 diz “acerca de Seu Filho, que nasceu da semente de David, segundo a carne”. Isto deixa claro que Yaohushua nasceu descendente de David segundo a carne, e não segundo adoção!

Nota de o Caminho: De que nos adiantaria a genealogia de Yaohu’saf se ele não teve participação na concepção [segundo a doutrina da concepção virginal/triúna]?

 

Entendendo o Original

Agora que já estabelecemos quais são os grandes problemas da versão grega da genealogia de Yaohushua, vamos ver o que diz o aramaico. A resposta está em Man’yaohuh (Mateus) 1:16, onde no aramaico temos “ga’bra”, que é um substantivo enfático que se origina da raiz “gabar”, que quer dizer “ser forte, bravo, varonil, corajoso”. Para quem conhece o hebraico, é equivalente à raiz “Gabar”.

Nota de o Caminho: No Português temos a palavra “garboso” que vem desta raiz!

O termo utilizado em Mt 1:16 possui forma pronominal possessiva, que poderia ser entendido como “o ga’bra dela”. Logo, temos, “Yaohu’saf, ga’bra de Maoro’em”.

O Uso de ‘ga’bra’ na Peshitta

Conforme dito acima, esta palavra na Peshitta aparece diversas vezes, assumindo as três formas listadas:homempai ou marido. Na maioria das vezes, o termo utilizado quer dizer simplesmente ‘homem’.

Mas como então sabemos se a palavra acima pode ser entendida como ‘pai’ ou ‘marido’? Tudo depende do contexto. Se vemos algo do tipo ‘ga’bra da Galiléia’, certamente o termo se refere a um homem. Se vemos algo do tipo ‘ga’bra de Ana’, entenderemos como marido de Ana, pois sabemos que ali se fala dele. Da mesma forma, o uso de ‘ga’bra’ em uma genealogia, referindo-se a um pai seria algo perfeitamente plausível.

Vejamos agora os lugares onde ‘ga’bra’ é utilizado na Peshitta*:

*o Testamento Renovado em Aramaico.

I – Exemplos de ‘ga’bra’ significando apenas ‘homem’: Mt 7:24; Mt 7:26; Mt 8:9; Mt 9:9

II – Exemplos do variante contextual significando ‘marido’: Mt 19:5; Mt 19:19; Mc 10:2; I Co 7:14; II Co 11:2; Ef 5:23;

III – Exemplos do variante contextual significando ‘pai’: Mt 7:8; Mt 21:28; Mt 22:2; epossivelmente Mt 1:16.

 

O caso de Man’yaohuh

Agora voltemos para Mt 1. Temos ainda mais um indício linguístico de que neste caso ‘ga’bra’ seria melhor traduzido como ‘pai’. O motivo está em Man’yaohuh (Mateus) 1:19. Repare que neste caso, é utilizado termo ‘ba’la’, que deriva da raiz ‘baal’ (senhor), e que é comumente traduzido como marido.

Pode-se ver exemplos de ‘ba’la’ nos seguintes versículos: Mt 1:19; Mc 10:12; Lc 2:36; Jo 4:16-18; Rm 7:2-3; I Co 7:4, 7:10, 7:13, 7:16, 7:39; Ef 5:33; I Tm 3:2; Tt 1:6.

Do ponto de vista linguístico, não é raro o uso de uma repetição de termos. Portanto, repetir o termo ‘marido de Maoro’em’ no 1:16 e no 1:19 não seria algo estranho; NO ENTANTO ALI O TERMO NÃO É O MESMO; usou-se outro!

Mas por que as Escrituras utilizariam duas palavras diferentes, num mesmo texto e bem próximas uma da outra, se o significado fosse o mesmo? Outro ponto a favor de entendermos ‘ga’bra’ como ‘pai’ é justamente o fato – repetimos – de o contexto ser genealógico…

Então, temos dois “Yosef’s (Yaohu’saf)”?

A hipótese de haverem duas pessoas chamadas Yaohu’saf não seria fato estranho entre os judaicos, visto que Yaohu’saf é um nome bastante comum (basta ver a genealogia em Luka), tendo em vista a importância do personagem bíblico que primeiro recebeu tal nome.

Além disto, o haver dois “Yosef’s” seria uma explicação linguística bastante razoável para Man’yaohuh (Mateus) usar dois termos diferentes, algo que dificilmente seria feito algumas linhas abaixo se o segundo Yaohu’saf não fosse outro.

Eliminando Contradições

É impressionante como um só versículo pode fazer toda a diferença. Veja como fica agora:

I – A Genealogia de Maoro’em [em Man’yaohuh]:

Primeira Série/Segunda Série/Terceira Série

Avraham Shua’olmoh Sh’altiel

Yitz’chak Rechav’am Z’rubavel

Ya’akov Aviyah Av’ichud

Yehudah Asa Elyakim

Peretz Y’hoshafat Azur

Chetzron Y’horam Tzadok

Ram Uziyahu Ammon

Amminadav Yotam El’ichud

Nachson Achaz El’azar

Salmom Chizkiyahu Mattan

Bo’az M’nasheh Ya’akov

Oved Ammon Yaohu’saf (pai de Maoro’em)

Yishai Yoshiyahu Maoro’em

David Y’chanyah Yaohushua

 

II – A Genealogia de Yaohu’saf [em Luka]:

Primeira Série/Segunda Série/Terceira Série

Avraham Nathan Er

Yitz’chak Mattatah Elmadan

Ya’akov Manah Kosam

Yehudah Mal’ah Adi

Peretz Elyakim Malki

Chetzron Yonam Neri

AM Yaohu’saf Sh’altiel

Amminadav Yehudah Z’rubavel

Nachson Shimon Reisha

Salmom Levi Yochanan

Bo’az Mattat Yodah

Oved Yoram Yaohu’saf

Yishai Eli’ezer Shim’i

David Yehoshua Man’yaohuh

Machat

Nagai

Hesli

Nachum

Amotz

Man’yaohuh

Yaohu’saf

Yannai

Malki

Levi

Mattat

Eli

Yaohu’saf (marido de Maoro’em)

Yaohushua!

Com isto, temos o seguinte:

  1.  Yaohushua é descendente de David tanto pelo lado de Maoro’em quanto de Yaohu’saf;
  2.  Temos realmente 14 gerações listadas na 3ª Série de Man’yaohuh (Mateus);
  3.  Não há contradições entre Man’yaohuh (Mateus), no que se refere a Maoro’em; e em Luka, no que se refere a Yaohu’saf;
  4.  Não é necessário lidar com o problema dos ‘Yosefs’ descenderem de Shua’olmoh (Salomão) e Nathan;
  5.  Explica-se o porquê de Man’yaohuh (Mateus) usar “duas palavras diferentes para os Yaohu’saf” – um é o PAI e o outro é oMARIDO ..
  6.  Não precisamos depender de hipóteses para “resolver” os problemas acima;

Mas, poderia surgir mais uma questão, ou duas, a virgindade, à qual trataremos mais abaixo; mas antes, a hereditariedade na genealogia:

Perguntamos: Maria/Maoro’em poderia transmitir a genealogia, sendo mulher? E, é justamente uma parachot [porção] hebraica que consolida este direito de Maria/Maoro’em transmitir a genealogia. Veja, ali na genealogia, o Yaohu’saf sendo ‘pai’ de Maria/Maoro’em  teria que transmitir sua descendência através de um filho homem, mas morrendo, sem herdeiros homens, o texto narrado em Nm 27:1-11 dá este direito a Maria/Maoro’em; veja:

Bamidbár 27

As filhas de Zelofeade

1-2Um dia as filhas de Zelofeade, da tribo de Menashé, vieram até à entrada do tabernáculo apresentar uma petição a Mehushúa, a Úlozor o sacerdote, a outros líderes de tribo e mais pessoas que ali estavam. Zelofeade, o pai destas mulheres da meia-tribo de Menashé, um dos filhos de Yaohu’saf, pertencia ao agregado dos herefitas, descendentes de Gaúliod o qual era filho de Maquir e neto de Menashé. 3-4Nosso pai morreu no deserto, disseram elas. Mas, não foi daqueles que se juntaram na revolta de Coré contra YAOHUH; morreu antes no seu próprio pecado. E não deixou filhos rapazes. Por que razão haveria de desaparecer o nome dele, só porque não deixou herdeiros do sexo, masculino? Por isso sentimos que devíamos também receber uma terra tal como os outros membros da nossa família. 5Mehushúa trouxe o caso até à presença de UL. 6-11A resposta de UL foi esta: As filhas de Zelofeade têm razão. Dá-lhes também uma parte, na repartição das terras, tal como é dada aos seus tios. Ficarão, pois com a parte que teria sido dada ao pai, se ainda vivesse. E isto passará a ser uma lei no vosso meio, que, se um homem morrer sem descendentes do sexo, masculino, então a sua herança passará às filhas. E se não tiver tido filhas, serão os seus irmãos a herdar. Se por acaso até tiver sido filho único herdarão os tios dele. E se ainda isto não puder ser, passará a herança para o parente mais próximo. Certamente este foi o caso!!!

Refutando Argumentos Frequentes

Ao conversar com algumas pessoas a cerca desta situação, notei que alguns dos argumentos apresentados eram muito comuns. Lidaremos com alguns deles aqui:

  1. Man’yaohuh (Mateus) foi escrito em grego:

Resp: Muitos dos chamados ‘pais da igreja’ [diga-se ICAR] atestaram para o fato de que Man’yaohuh (Mateus) foi escrito em hebraico: Epifânio, Jerônimo, Eusébio, etc.

  1. Judaicos muitas vezes tinham/têm dois nomes. Luka e Man’yaohuh (Mateus) usaram nomes diferentes para as mesmas pessoas.

Resp: Isso seria razoável para supormos algumas diferenças, mas não para uma genealogia que se segue completamente diferente desde Nathan.

  1. Nathan provavelmente morreu e Shua’olmoh (Salomão), cumprindo a Toráh, assumiu sua esposa (ou vice-versa):

R: Onde diz isso no Tanakh? Na melhor das hipóteses, é uma especulação. Mesmo assim, o problema está na junção dos dois fatos: a diferença nos nomes das gerações e a linhagem de Shua’olmoh vs. Linhagem de Nathan. Os dois argumentos aqui expostos seriam até bem razoáveis, se existissem isoladamente. Mas, quando combinamos estes dois fatos, ficam praticamente insustentáveis. Na realidade, um evangelista [Mateus/Man’yaohuh] pretendeu fazer a genealogia de Maria/Maoro’em e o outro, Luka, desejou fazer a genealogia de José/Yaohu’saf; ambos, segundo o ramo de sua genealogia, da linhagem de David.

Novamente, perguntamos, porque fazer a genealogia de alguém que no fim das contas não teria participação na concepção de alguém [Yaohushua]?

4: Mulheres não costumam serem contadas em genealogias:

R: Este é o argumento mais “fraco” por assim dizer… Primeiramente, estamos tratando de uma mulher muito especial, em uma situação completamente especial e atípica, pois Yaohushua viria através dela. Logo, seria bastante razoável a citação de Maoro’em para demonstrar que Yaohushua descendia biologicamente de David. Além de que, ela, não é a única mulher listada nas genealogias [Tamar]. E, segundo Nm 27, Maria/Maoro’em  não tinha impedimento legal para participar da genealogia de Yaohushua!

Por isto, temos que ler as Escrituras com muita isenção [sem idéias pré-concebidas]; mas, antes de nos aprofundarmos neste tema, consideremos que:

  1.  Repetimos, Yaohushua teria que ser totalmente humano [a nível de DNA].

                    – Não poderia ser humano/divino porque sugeria diversas questões:

  1.  Qual parte morreu na cruz?
  2.  Sua morte foi apenas um teatrinho para enganar satanás?
  3.  Ele, sendo um deus, não poderia ter sido tentado – Hb 4:15
  4.  Ele, sendo um deus, não poderia ter morrido (ou morto) – I Tm 1:17
  5.  Ele ressuscitou a Si próprio? At 2:24
  6.  Sendo Alguém especial (um deus ou semideus), NÃO poderia nos servir de exemplo, etc…
  1.  Os tradutores/escritores ao usarem esta passagem em Mateus/Man’yaohuh não foram fiéis à tradução de Is 7:14.
  2.  Is 7:14 não é uma prova contundente simplesmente porque “usaram” tal passagem para dar credibilidade à um nascimento sem a participação carnal de José/Yaohu’saf [lembre-se, esta porção da concepção só surgiu em escritos posteriores], como veremos a seguir:

Nota de o Caminho: Daqui para frente intercambiaremos palavras apócrifas [o Messias, DEUS, etc] com a Verdade…

Imagine-se na seguinte situação: Você está noivo. A mulher que você está comprometido é virgem. De repente, ela lhe informa que está grávida. Você furiosamente pergunta como isso aconteceu e ela se defende dizendo que não o traiu, que foi o “espírito santo” que a engravidou. Você acreditaria nessa história? 

Uma história dessa não apenas parece mera ilusão, mero delírio, mas ela é acreditada por milhares de pessoas ao redor do mundo. Por muito tempo pensei que os judaicos não aceitavam o cristianismo por serem pessoas de coração duro, verdadeiros iníquos. Mas, a verdade é que existem motivos bem fundados para eles não abraçarem o Evangelho. Entre estes motivos está o nascimento virginal e mais adiante entenderemos o por quê.

A maioria das pessoas já ouviu sobre a história do nascimento virginal do menino “JESUS”. Tudo começou quando MARIA estava prometida a “JOSÉ”. Ela era virgem… “DEUS” a escolheu como um vaso para levar em seu ventre o seu filho que viria a ser “JESUS”. No entanto, o fato de Maria ser virgem não era coincidência. De acordo com o Evangelho grego de Mateus/Man’yaohuh, nós lemos as seguintes palavras:

122Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do “Senhor”, pelo profeta, que diz; 23Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chama-lo-ão pelo nome de IMANU’EL, Que traduzido é: Deus conosco.

Como dissemos, a virgindade de Maria não era pura coincidência; o apóstolo Man’yaohuh disse que o nascimento virginal “aconteceu para que se cumprisse o que foi dito… pelo profeta [Yahshua’yaohuh]”. Em que parte do livro de Yahshua’yaohuh é predito o nascimento do Messias por meio de uma virgem?Segundo os cristãos, a resposta está em Is 7:14, onde – nas bíblias trinitarianas – nós lemos: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem [hebr.: ‘almah] conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Imanu’el.” (ACF). Sobre o versículo em questão, pode-se dizer que “dificilmente há outro versículo na Bíblia que tenha sido mais debatido e discutido do que Is 7:14” (PAYNE, 2009).

Por que se diz isso?

Bem, Man’yaohuh cita essa passagem de Yahshua’yaohuh/Yahshua’yaohuh dizendo que ela se cumpriu quando a virgem Maoro’em deu à luz o Messias, o Cristo. Mostraremos neste estudo que Is 7:14 não é uma profecia sobre uma virgem que dá à luz ao Messias, sendo esse exatamente um dos motivos dos judaicos não aceitarem o Cristianismo.

Como nós vimos, a questão relativa ao problema do nascimento virginal se centraliza no fato do texto de Is 7:14 ser uma má tradução do texto original. Desde os primórdios do Cristianismo, os judaicos têm batalhado contra a doutrina do nascimento messiânico virginal, pois, segundo os judaicos, não existe no Antigo Testamento nenhuma profecia com essa idéia. De acordo com a corrente ortodoxa judaica, Is 7:14 diz que “uma jovem” dará luz à um filho e que essa profecia teve um cumprimento histórico em Yaoshor’ul.

No hebraico, existem várias palavras que denotam “virgem” e “virgindade”. No entanto, para este estudo, iremos focar em apenas duas, almah e ‘bethulah. A grande questão está no uso e significado delas dentro do Antigo Testamento e de como os judaicos as entendiam e consequentemente usavam-nas.

Sobre estes termos traduzidos por “virgem”, a Bíblia de Estudo Dake comenta: 

Almah denota uma jovem solteira com idade para se casar, e, portanto, uma verdadeira virgem. Bethulah refere-se a uma jovem solteira e expressa a virgindade de uma noiva ou uma jovem comprometida… Nenhum desses termos originais é usado em relação a uma mulher casada. Alguns sustentam que tais termos simplesmente significam uma jovem, mais isso não é verdade; significam apenas uma virgem que é pura e imaculada – qualquer donzela que nunca conheceu um homem” (DAKE, 2010).

Um site apologético de judaicos messiânicos admite: 

Embora almah não denote implicitamente a virgindade, nunca é usada nas Escrituras para descrever uma “mulher jovem, atualmente casada.” É importante lembrar que na Bíblia, uma jovem judia da idade núbil se presumia ser casta. O profeta poderia ter escolhido uma palavra diferente quisesse ele descrever a mãe de Imanu’ul como uma virgemBethulah é uma maneira mais comum para se referir a uma mulher que nunca esteve com um homem (tanto no hebraico bíblico quanto no moderno). [jewsforjesus.org].

Agora, por que dizemos que Yahshua’yaohuh não tinha o conceito de “virgem” na mente ao compor esse versículo? Argumentamos o seguinte: A palavra ‘almah‘, que as Bíblias cristãs traduziram por “virgem”, ocorre apenas 1 vez no livro de Yahshua’yaohuh. No entanto, é curioso que se você fizer uma busca rápida em alguma concordância do Antigo Testamento [trinitariano], perceberá que a palavra “virgem” ocorre cerca de 6 vezes no livro de Yahshua’yaohuh. Veja as ocorrências baixo:

Is 7:14 – Portanto o mesmo UL’HIM vos dará um sinal: Eis que a virgem [hebr.: ha-almah] conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Imanu’ul.

Is 23:4 “Envergonha-te, ó Sidom; porque o mar falou, a fortaleza do mar disse: Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei mancebos, nem eduquei virgens [hebr.: bethulah]”. 

Is 23:12: E disse: Não continuarás mais a te regozijar, ó oprimida virgem [hebr.: bethulah], filha de Sidom; levanta-te, passa a Chipre, e ainda ali não terás descanso.

Is 37:22 diz: “A virgem [hebr.: bethulah] filha de Sião te desprezou, caçoou de ti. Atrás de ti, a filha de Jerusalém meneou a cabeça.”

Is 47:1 “…Desce e senta-te no pó, ó virgem [hebr.: bethulah] filha de Babilônia. Senta-te no chão, onde não há trono, ó filha dos caldeus. Pois não mais terás a experiência de pessoas te chamarem de delicada e mimosa…”

Is 62:5 “…Pois assim como o jovem toma posse duma virgem [hebr.: bethulah] como sua esposa, teus filhos tomarão posse de ti como esposa. E teu Deus exultará sobre ti com a exultação de um noivo sobre a noiva.”

Dos 6 versículos que contém a palavra “virgem”, em 5 deles Yahshua’yaohuh usou a palavra padrão que é  hebr. bethûlâh. Até hoje essa palavra é a padrão para “virgem”, tanto que, se usarmos o tradutor do Google (português-hebraico), ele traduzirá “virgem” pela palavra hebraica acima citada. Se usarmos a palavra   hebr. ‘almah, o Google traduz por “donzela”.

Tradução do Novo Mundo das “Testemunhas de Jeová” traduz honestamente a palavra hebraica por “donzela” e não “virgem”. Isso é digno de nota, uma vez que, segundo os dicionários da língua portuguesa, uma donzela pode também se referir a uma “mulher que, mesmo casada e mãe, guarda o viço e beleza” — Cf. Dic.com.

Reforçando: Toda vez que Yahshua’yaohuh diz a palavra “virgem”, ele usa o termo padrão, hebr. bethulah. Entretanto, no exato momento em que estaria supostamente escrevendo uma profecia sobre o nascimento do Messias por meio de uma “virgem”, o profeta muda o vocabulário, usando uma palavra que não era tida comumente por “virgem”, ou seja, almah. Essa mudança de palavra só ocorreria caso ele tivesse outra coisa em mente quando escreveu Is 7:14, pois, se ele usou a palavra padrão para “virgem” 5 vezes no livro, o que lhe impediria de usar a sexta vez? O mais sensato é ver que ele usou uma palavra diferente porque desejava expressar uma idéia diferente!!!

O site jewishroots.net faz uma lista de resposta a várias objeções contra Is 7:14, e entre ela, temos o seguinte:

Objeção: A pergunta feita foi, por que não escolheu Yahshua’yaohuh o substantivo comum “bethulah” para virgem, em vez de “almah”.

Resposta: O termo “bethulah” é usado no Antigo Testamento no sentido de “uma virgem”. Às vezes se refere a “uma mulher casada,” por exemplo: Lamenta como “uma virgem” (bethulah) cingida de saco, pelo marido da sua mocidade (Jl 1:8). [Viúvas, não são virgens]. Obviamente, o bethulah nesta passagem era uma mulher casada, que perdeu o marido e, portanto, não era virgem. Por outro lado almah sempre se refere a uma mulher solteira.

Nota de o Caminho:  Entre colchetes uma inferência, ou seja, uma conclusão pessoal do autor do comentário…

Vemos a falácia desse argumento de maneira bem simples. Em Jl 1:8 usa-se de fato bethulah para se referir a uma viúva que chora a perda do marido. Mas, é digno de nota que a maioria esmagadora das versões da Bíblia diz que essa viúva era “virgem”, diz que “uma virgem” chora a morte do marido. Daí, o comentarista dizer: “Viúvas não são virgens”. Essa afirmação vem da pobreza de interpretação bíblica [falta de entendimento].

Por que o texto diz que “uma virgem” chora a perda de seu marido? Deixarei que um erudito cristão refute o próprio site evangélico. Segundo John Gill, o texto diz que uma virgem chora a perda de seu marido porque ela… “tinha sido prometida em casamento a um homem jovem, mas não se casou; ele, morrendo {…} antes do casamento, o que deve ser muito angustiante para aquela que o amava apaixonadamente e, por isso, em vez de suas vestes núpcias, preparadas para atender ele e se casar com ele, cingiu-se de saco, uma espécie de pano grosso felpudo, como era de costume, nos países Orientais, para colocar-se em sinal de luto”. (John Gill’s Exposition of the Entire Bible, Ed. eletrônica). A moça é chamada de “virgem” porque o marido morreu antes dele ter relações sexuais com ela, morrendo antes da noite de núpcias. Assim, a mulher era virgem e viúva ao mesmo tempo.

O site continua: Da mesma forma, em Dt 22:19, uma mulher casada, após a noite de núpcias é descrita como bethulah – um termo que, supostamente, aplica-se exclusivamente a uma virgem. Portanto, podemos concluir que de todos os termos possíveis que Yahshua’yaohuh poderia ter usado para descrever uma virgem, “almah” foi o melhor e menos ambíguo.

De todos os argumentos, esse foi o pior e cheio de má fé [próprio de quem defende algo sem conhecimento de causa], pois quem não tiver acesso aos originais tomará as palavras do autor como verdade. Primeiro, Dt 22:19 tem um contexto. Os versículos anteriores falam de um homem que tomou um virgem (bethulah) em casamento e que depois devolveu a mulher alegando que a mesma não era virgem. No entanto, o versículo 19 diz que o homem acusou falsamente a moça de não ser virgem e que, por isso, terá que indenizar o pai da moça, pois “divulgou má fama sobre uma virgem de Yaoshor’ul”. Em outras palavras, ao contrário do que diz o site, a mulher era VERDADEIRAMENTE virgem, podendo ser descrita como bethulah, tanto que o pai diz: “porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha”; e, segundo o texto, convence os anciãos de Yaoshor’ul de que ela era realmente virgem e que o homem estava mentindo, agindo de má fé! Além disso, ela não é descrita por bethulah DEPOIS da noite de núpcias, a palavra que o texto usa para descrevê-la depois da noite de núpcias é  (na‛ărâh). O texto hebraico diz:

O site continua a dizer:

Acredita-se que, num contexto legal, bethulah é muitas vezes interpretado como “virgem”. No entanto, em Et 2:17-19, as mulheres jovens que são escolhidas para passar a noite com o rei são referidas como bethulah antes e depois de terem relações sexuais com o rei.

Citaremos o trecho mencionado de Et 2:17-19 que nos diz:

E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens [hebr.: habbə ūlō]; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti. Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a generosidade do rei. E reunindo-se segunda vez as virgens [hebr.: bə ūlōw], Mardoqueu estava assentado à porta do rei.

Caro leitor(a), o site disse que a palavra “virgem” é aplicada à todas as mulheres antes e depois de passar a noite com o rei. Vemos quão errada é essa afirmação!!! O texto mostra que, de todas as virgens que estavam disponíveis para o rei, Ester foi escolhida, e depois se menciona que o rei deu uma festa e que as virgens que não foram escolhidas pelo rei foram novamente chamadas a comparecerem. E nenhuma parte está escrito que todas essas mulheres virgens dormiram com o rei e que depois elas aparecem diante do rei e são descritas depois por “virgens”. Com toda a sinceridade, fica claro que os argumentos do site são fracos e desonestos, no mínimo.

Na citação de Dake, já mencionada no início, ele diz que nenhum dos termos, ou seja, tanto “almah” como “bethulah” se referem a uma mulher que não é mais virgem. Embora isso seja verdade quando se trata da palavra bethulah, o mesmo não pode ser dito de almah

Tradução de “Almah” para “Parthenos” na Septuaginta

Um argumento muito usado pelos cristãos para defender a profecia do nascimento virginal é que a Septuaginta traduziu a palavra hebr.: ‘almah, por παρθενος [Gr.: parthenos] que significa literalmente “virgem”. Assim, eles dizem que, uma vez que os judaicos tradutores da LXX traduziram o vocábulo hebraico pela palavra grega oficial para “virgem”, então era porque a mesma era vista assim, essa era a idéia de Yahshua’yaohu ao escrever a profecia. 

O site apologético cristão carm.org comenta: 

Is 7:14 diz que uma virgem dará à luz um filho. O problema é lidar com a palavra hebraica para virgem, que é “almah.” De acordo com a Concordância de Strong, significa, “virgem, jovem mulher; a. com idade para casar; b. escrava ou recém-casada”. Portanto, a palavra “almah” nem sempre significa virgem. A palavra ocorre em outras partes do Antigo Testamento apenas em Gn 24:43 (donzela); Ex 2:08 (menina), Sl 68:25 (donzelas); Pv 30:19 (donzela); Ct 1:3 (donzelas); 6:8 (virgens)”. Além disso, há uma palavra hebraica para virgem: bethulah. Se Is 7:14 devesse dizer virgem, em vez de jovem donzela, então por que esta palavra (bethulah) não foi a palavra usada, aqui? 

A LXX é uma tradução das escrituras hebraicas para o grego. Esta tradução foi feita por volta de 200 a.Y. por 70 eruditos hebraicos. Em Is 7:14, eles traduziram a palavra “almah” pela palavra grega “parthenos”. De acordo com A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literatureparthenos significa “virgem”. Esta palavra é usada no Novo Testamento para a virgem Maoro’em (Mt 1:23, Lc 1:27) e para as dez virgens da parábola (Mt 25:1, 7, 11). Se os hebreus traduziram a palavra hebraica “almah” para a palavra grega virgem, então eles entenderam o que o texto hebraico queria dizer isto.

Além do próprio site cristão reconhecer que (‘almah) “nem sempre significa virgem”, podemos argumentar 3 pontos contra a afirmação de que a LXX usa a palavra grega correta (comum) para virgem: 

  1. A LXX foi traduzida por judaicos, mas apenas o Pentateuco. O restante da Bíblia hebraica foi vertida posteriormente, e nem sabemos quem foram e qual o conhecimento que tinham do hebraico bíblico. O que sabemos hoje da Septuaginta é mais lenda do que fato histórico, isso pode ser confirmado em qualquer obra que trate sobre o tópico. 
  2.  Na introdução da tradução da Septuaginta para o inglês assim consta: “O Pentateuco (traduzido pelos 70 rabinos) parece ser o texto melhor executado enquanto que Yashua’yaohuh é o pior traduzido”.

Se a tradução grega de Yashua’yaohuh é a pior, na opinião dos especialistas, então não podemos confiar no uso da palavra parthenos para bethulah

  1.  Na própria Septuaginta, na tradução dos cinco livros de Moises, realizada pelos [70] rabinos, exatamente em Gn 34:2-3, a palavra “parthenos” foi usada pelos sábios como uma referência a não-virgens; a uma “jovem mulher” que tinha sido estuprada. Isso mostra que, ao contrário do que dizem, os antigos judaicos helênicos entendiam que παρθενος,  a mesma palavra usada em Is 7:14 por eles mesmos, como se referindo a uma mulher não mais virgem, desde que fosse jovem.

Portanto, usamos um exemplo da Septuaginta no livro de Gênesis/Bereshiyt, sendo este parte do Pentateuco com a certeza ter sido traduzido verdadeiramente pelos 70 judaicos, no período alexandrino.

E se isso ainda não fosse o suficiente, poderemos consultar obras de lexicografia de grego e hebraico para trazermos mais luzes sobre essas palavras. Interessante que até mesmo obras de lexicografia editadas por cristãos comentam que não tem como se confiar 100% em Is 7:14, na LXX , como significando “virgem”. Veja:

Joseph Henry Thayer, especialista do grego do NT, comenta sobre a palavra παρθενος: 

  1. Uma virgem: Mt 1:23 (de Is 7:14); 25:1,7,11; Lc 1:27; At 21:9; I Co 7:25,28,33 (de Homero em diante; a Septuaginta principalmente por habbə ūlō, várias vezes por  Bethulah; duas vezes por almáh; i. e. tanto de uma donzela com idade para se casar, ou uma jovem mulher (casada), Gn 24:43; Is 7:14, no qual a (última) palavra cf., além disso Gesenius, Thesaurus, p. 1037, Credner, Beiträge como acima com ii., p. 197ff; {…} de uma noiva jovem, uma mulher recém casada; Homero, Ilíade 2, 514) (Greek-English Lexicon of the New Testament, ed. eletrônica).

Greek-English Lexicon of the New Testament Based on Semantic Domains comenta algo muito interessante sobre a palavra “virgem” usada em Is 7:14 na Septuaginta: 

{…} uma pessoa do sexo feminino depois da puberdade, mas que ainda não se casou e uma virgem (embora em alguns contextos a virgindade não seja um componente focal de significado) {…} Na obtenção de um termo satisfatório para “virgem”, muitas vezes há uma série de dificuldades. Por exemplo, um termo que designa uma virgem pode também implicar a participação em um conjunto específico de rituais ou práticas de culto constituído por ritos da puberdade, em que um ritual com relação sexual é um elemento integral. Em algumas linguagens de um termo que significa tecnicamente “virgem” também é empregado com conotações inaceitável na medida em que pode sugerir que a mulher em questão tem uma personalidade estranha ou aparência pouco atraente e, portanto, é ser sexualmente evitada. Em alguns casos, um termo que em alguns contextos pode ser equivalente a “virgem” também pode se referir a uma mulher homossexual que não teve relações com um homem, mas que se envolve em relações sexuais com mulheres.

Nota de o Caminho:  Condenado por Sha’ul em Rm 1:26; de qualquer maneira,nota-se o incomodo dos trinitarianos “eruditos” ao tentar justificar este termo usado por Is 7:14.

O que observamos é que mesmo os dicionário e léxicos cristãos confirmam que as palavras tanto em grego (LXX) como em hebraico (Tanakh) não se referem diretamente à uma virgem. Além disso, as palavras nos originais gregos e hebraicos são muito ambíguas, nos possibilitando apenas uma aproximação. Agora, imagine que o ETERNO fosse inspirar algo tão importante para a humanidade, não poderia, sendo Ele o Todo-Poderoso, formular uma frase simples e objetiva; que deixasse claro, além de qualquer dúvida, o significado da Sua Palavra? O que observamos ao redor do mundo, entre judaicos e cristãos, judaicos e mulçumanos, mulçumanos e cristãos, é uma luta interminável para entender palavras e textos escritos há milênios atrás em línguas extremamente difíceis de entender. Só nisso vemos que há algo de errado. 

Todo exegeta sabe que não se pode entender um texto à parte de seu contexto. Levando isso em conta, os judaicos atuais também argumentam que o contexto histórico de Is 7:14 nada tem a ver com umnascimento virginal do Messias.

Preste atenção a este comentário feito por um erudito cristão de renome sobre o vocabulário usado em Is 7:14: “…a palavra “sinal” (hebr. ’ôt) requer um cumprimento razoavelmente próximo; uma predição[profecia] pode ser feita para o longo prazo, mas um sinal é por definição, um sinalizador na situação contemporânea que aponta para um evento mais à frente. Nenhuma exegese natural pode aplicar o v.16 a um futuro muito distante. Parece provável, embora não certo, que a construção hebraica sugira que Yahshua’yaohuh estava se referindo primeiramente a uma jovem já grávida; praticamente a mesma construção ocorre em Gn 16.11” (PAYNE 2010).

Agora, vamos tentar entender o contexto histórico de Is 7:14. Os capítulos 7 e 8 de Yahshua’yaohuh revelam um contraste espiritual. Tanto Yahshua’yaohuh como Acaz pertenciam à uma nação dedicada a YAOHUH ULHIM; ambos haviam recebido designações do Criador, um como profeta, o outro como rei de Judá; e ambos enfrentavam a mesma ameaça — a invasão de Yaohudáh por forças inimigas superiores. Yahshua’yaohuh, no entanto, enfrentou a ameaça com confiança no ETERNO, ao passo que Acaz cedeu ao medo!

A face de Acaz talvez estampasse descrença, pois UL disse, por meio de Yahshua’yaohuh: “A menos que tenhais fé, então não sereis de longa duração. “Pacientemente”, UL “prosseguiu falando mais com Acaz” . (Is 7:9, 10) A seguir, UL diz a Acaz: “Pede para ti um sinal da parte de ULHIM, teu Criador, fazendo-o tão profundo como o Sheol ou fazendo-o tão alto como as regiões superiores” (Is 7:11). Acaz podia pedir um sinal, e UL o daria como garantia de que protegeria a casa de Dao’ud. Acaz responde desafiadoramente: “Não o pedirei, nem porei YAOHUH à prova” (Is 7:12). No caso de Acaz, porém, o Criador o convidava a voltar à adoração verdadeira e oferecia-Se para fortalecer sua fé ao realizar um sinal. No entanto, Acaz preferia buscar proteção em outro lugar. 

A essa altura o rei enviou, provavelmente, uma grande quantia em dinheiro à Assíria, buscando ajuda contra seus inimigos do norte. (II Rs 16:7, 8). No ínterim, o exército siro-israelita cercava Jerusalém/Yahsh’ua-oléym e iniciava o sítio. Com a falta de fé do rei em mente, Yahshua’yaohuh diz: “Escutai-me, por favor, ó casa de Davi. É para vós algo de somenos importância fatigardes os homens, que deveis também fatigar o meu Criador?” (Is 7:13). É nesse contexto, que os versículos seguintes entram: ULHIM permanecia fiel ao Seu pacto com Dao’ud. Um sinal fora oferecido, um sinal seria dado! Yahshua’yaohuh continua: Está bem, então. UL, ele próprio, escolherá o sinal: Um menino será dado à luz por uma jovem; o seu nome será Imanu’ul…

O versículo é tão exclusivo para aquele tempo [e situação], que não há qualquer pista que se deveria esperar um outro Imanu’ul que nasceria de uma virgem. Em que parte desses textos de Yahshua’yaohuh seria possível observar uma “dica” para se identificar o Messias, ou torná-lo uma passagem messiânica( já que o menino a nascer em nada “traria salvação”, apenas comprovaria a veracidade da atuação do Criador)? Nada nos versículos demonstra o profeta apontando para a identidade de qualquer redentor universal. Observa-se uma linguagem bem geográfica e limitada, algo que se referia apenas àquele povo, tempo e situação. 

Aqueles que argumentam que os verbos estão no futuro como “dará um sinal”, “ficará… grávida” e “dará à luz”, podemos dizer que existe o futuro imediato. Podemos falar usando os verbos no futuro para algo que vai ocorrer amanhã, uma semana depois, um mês depois ou daqui a um segundo (pronto, aconteceu; mas foi dito no futuro)!!!. Será que toda vez que usamos os verbos no futuro queremos dizer que é algo que ocorrerá séculos depois? Será que toda vez que usamos os verbos no futuro estamos fazendo uma profecia? Yahshua’yaohuh usa os verbos no futuro porque em pouco tempo a jovem judia iria ter uma criança que desempenharia um papel no seu ministério. Isso é algo tão claro em suas palavras e intencionalidades que os versículos seguintes dizem: 

Ele comerá manteiga e mel pelo tempo em que souber rejeitar o mau e escolher o bom. Pois antes que o rapaz saiba rejeitar o mau e escolher o bom, o solo dos dois reis de que tens um pavor mórbido ficará completamente abandonado. UL fará vir contra ti, e contra teu povo, e contra a casa de teu pai, dias tais como nunca vieram desde o dia em que Efraim se afastou de junto de Yaohudáh, a saber, o rei da Assíria (Is 7:16, 17).

Se a criança da profecia era o Messias, como essas palavras se aplicariam à um Ser perfeito, o Filho do ETERNO: “{…} antes que o rapaz saiba rejeitar o mau e escolher o bom”? A palavra hebr. na’ar, usada na profecia de Yahshua’yaohuh ocorre cerca de 239 vezes no Antigo Testamento. Ela significa “garoto”, “jovem” e “servo”. Segundo o Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon a palavra hebraica pode se referir desde a uma criança por nascer até um jovem com 17 anos de idade ou algo próximo disto. O único relato que temos de o Messias jovem é com 12 anos, onde ele já dava aula sobre a Lei do ETERNO, no templo (Cf. Lc 3:46). Dessa forma, as expressões que são usadas para se referir ao menino da profecia não se enquadram no jovem Messias, pois o mesmo era um Ser perfeito, celestial e Filho do ETERNO. 

Logos depois de descrever o nascimento e as características do menino, o profeta diz que “{…} o solo dos dois reis de que tens um pavor mórbido ficará completamente abandonado. UL fará vir contra ti, e contra teu povo, e contra a casa de teu pai, dias tais como nunca vieram desde o dia em que Efraim se afastou de junto de Yaohudáh, a saber, o rei da Assíria.” Este é o contexto da profecia de Is 7:14. Não fica claro, então, que nada tem a ver com o Messias de séculos depois? O próprio contexto social descrito aqui na profecia e totalmente diferente do contexto em que o Messias nasceu. 

Além do mais, se Is 7:14 está se referindo à uma virgem que dará à luz, e uma vez que os cristão, em geral, concordam que essa profecia teve um cumprimento naquele tempo em Yaoshor’ul (cumprimento primário imediato e com um consequente cumprimento secundário – Yaohushua, secundário? – no futuro),isso faria da esposa de Yahshua’yaohuh uma VIRGEM, o que não seria conveniente para o Cristianismo. Além disso, o Messias não teria sido o único nascido de uma virgem, assim como sem pecado. Historicamente, o texto diz que uma jovem judia daria luz à uma criança que seria um sinal profético para o Yaoshor’ul daquele tempo. 

É visivelmente claro que o “escritor” deste trecho do Evangelho de Man’yaohuh, na tentativa de criar um mito sobre uma pessoa histórica, i.e o Messias, quis encaixar o nascimento virginal, característica sempre presente em mitos de heróis, pagãos. Como o o Messias cristão deveria estar em harmonia com os textos do A.T, o escritor tentou harmonizar Is 7:14 com a idéia mitológica do nascimento virginal, sempre presente nas crenças dos pagãos cristianizados…

Concluímos assim, que Isaías/Yaoshua’yaohu não tinha em mente nenhuma profecia que se cumpriria no Messias por meio de um nascimento milagroso; virginal. Veja a seguir mais argumentos que confirmam isso. 

É sabido entre o meio teológico que cada evangelista tinha um objetivo ao escrever seu respectivo evangelho. Apenas Man’yaohuh e Luka mencionam o nascimento virginal. Por que isso? Bem, MUITOS DIRIAM que Luka estava escrevendo para cristãos gentílicos. E entre os gentios, principalmente os de nacionalidade Greco-Romana, era muito comum as histórias de deuses que engravidavam virgens e estas davam luz à semi-deuses, meio homem e meio deus, assim como o Messias que era humano e divino ao mesmo tempo; conforme ensina a doutrina pagã [helênica] da trindade!

Aqui temos duas contradições a ser destacadas: 1. O conceito “gentio” não é o conceito escriturístico (os descendentes do reino do Norte, ou seja a Casa de Yaoshor’ul – CLIC AQUI para rever este conceito), mas sim o da cristandade paganizada que prega a “substituição” da Kehiláh onde o Povo do ETERNO é substituído. Se assim fosse (a substituição – leia Rm 11.1-4), estaríamos afirmando que o ETERNO errou ao escolher o Seu Povo e por isto TEVE que substituir… 2. Escrevendo para estrangeiros, usando suas crenças pessoais em vez de escrever a Verdade? Cadê a inspiração lucana? Certamente, como o próprio escritor afirma (Luka), ele usou um texto já corrompido por este fato pagãos (deuses e ou semideuses nascidos de virgens), o que nada desabona o profeta [e quem nos garante que os atuais textos de Luka TAMBÉM não sofreram tais acréscimos em prol da “virgindade?], porque o que nos interessa é o contexto maior: a Messianidade de Yaohushua que será comprovada pela sua Vida e Obra; e, não por este exclusivo sinal!

Nesta mesma linha de justificativas para se preservar Luka, o Rabbinic Commentary on the New Testament diz: 

A genealogia foi destinada para os judaicos, enfatizando a linhagem davídica do Messias, enquanto a história do Nascimento Virginal foi destinada para o mundo greco-romano, onde histórias ou contos de nascimento virginal e de impregnação divina de mulheres mortais eram bem conhecidas. (LANCHS, 1987).

Nota de o Caminho:  Como afirmamos inicialmente, talvez Luka não quisesse manipular mentes “gentílicas”, mas escreveu segundo se crê, usando um texto grego de Mateus/Man’yaohu, já adulterado com esta crença mitológica. Certamente ele jamais usaria crenças pagãs para ensinar a Verdade; ainda mais INCORPORANDO [sincretismo] estas crenças à Verdade.

O livro Christianity and Mythology comenta: 

Agora, o mito da Virgem-Mãe é universal no Paganismo e que certamente não tem nenhum lugar reconhecido no Judaísmo Ortodoxo antes do período jesuíta (NT). A assim chamada profecia de Yahshua’yaohuh (7:14) nunca poderia ter sido lida como um anunciamento de um parthenogenesis distante no tempo pelo mais insano talmudista; caso o mito da Virgem-Mãe não viesse do paganismo, corrompendo o texto. (ROBERTSON, 2004).

Quem estuda mitologia comparada sabe que, quem quer que tenha criado a mitologia cristã da trindade [vários; mas certamente o conceito é de Platão], eram pessoas cultas e helenizadas. Os criadores do mito cristão da virgindade conheciam muito bem essas histórias, estes mitos sobre nascimentos virginais, pois essa idéia estava presente no mito de Horus, Mitra, Buda e tanto outros. O nascimento virginal, segundo Joseph Campbell, é um clássico da literatura mitológica. A presença é tão forte que poderíamos dizer que um mito só é verdadeiramente mito se tiver um nascimento virginal. 

Até mesmo os Pais da Igreja [diga-se ICAR] assumiam abertamente que o nascimento virginal era uma idéia presente em várias lendas antes do Cristianismo. Veja as citações baixo e investigue você mesmo: 

Origines (c. 185 — 253 d.Y): 

Ele enumera uma série de deuses pagãos nascidos de virgens: Danae, Melanippe, Auge e Antíope. As histórias sobre esses deuses são “antigas”, diz Orígines, mas ao contrário da história do nascimento virginal do Messias [???], eram apenas fábulas [Origin, Against Celsus 1, 37]. Nós [os cristãos] não somos as únicas pessoas que recorrem a narrativas milagrosas desse tipo. Origines, Against Celsus 1, 37

Justino (100 – 165 d.Y.) : 

Por que esses deuses nasceram de virgens vieram antes de o Messias? {…} eram demônios… Ele nasceu de uma virgem, aceite isto em comum com o que você acredita de Perseus. [First Apology, 22]. Os demônios … astuciosamente fingiram que Minerva era filha de Júpiter não pela união sexual. [First Apology, 64].

Outras citações

Uma filha do rio Sangarius, dizem eles, tomou do fruto e o deitou no seu seio, quando ele desapareceu de uma só vez, ela estava grávida. Um menino nasceu, e exposto, mas foi cuidado por um bode.[Pausanias, Description of Greece 7.17.9-11].

O imperador Augusto veio de uma concepção milagrosa pela união divina e humana do [deus] Apolo e [sua mãe] Atia. Como o historiador respondeu à essa história? Há algum que o tomam literalmente? … Essa divergência levanta um problema ético para mim. Ou todas essas concepções divinas, de Alexander à Augusto e do Cristo a Buda, devem ser aceitas literal e milagrosamente ou todas elas devem ser aceitas metafórica e teologicamente. Não é moralmente aceitável dizer … nossa história é verdade, mas o seu é mito; a nossa é história, mas o seu é uma mentira. É ainda menos moralmente aceitável dizer de forma indireta e encoberta pela fabricação de estratégias defensivas ou de proteção que se aplicam apenas para a [nossa] história. (John Crosssan, The Birth of Christianity, 98, pg 28/29).

Essas citações mostram que os primeiros cristãos, quando defendiam o Cristianismo diante dos pagãos, admitiam que outros mitos relatavam nascimentos milagrosos da parte de seus respectivos deuses e heróis. No entanto, para esses cristãos, todo e qualquer relato de um deus, ou semi-deus, que viesse a nascer de uma virgem não passava de lenda, apenas o de Cristo foi “verdade” histórica; e muitos historiadores se sentiam incomodados com isto e muitas vezes procuravam convencer a si próprios…

Palavras de um judaico:

O MESSIAS NÃO NASCEU DE UMA VIRGEM

 

“O texto de Yeshayahu 7:14, marcado por mim em vermelho na imagem abaixo, mostra que o Messias deveria nascer de uma jovem mulher e não de uma virgem. Isso prova que o nosso povo não alterou o texto tanaítico, confirmando sim que o novo testamento compilado pela igreja romana é uma fraude, em conjunto com a falsa septuaginta traduzida por supostos 70 judeus antes da era comum”.

Yeshayahu/Yahshua’yaohuh 7:14 – Eis pois que HaShem, Ele mesmo, vós dará um sinal: eis que a moça grávida dará à luz um filho e o chamará Imanuel (Elohim está conosco).

A religião de Bavel [cristianismo] cada vez mais está indo por terra, e caiu, caiu a grande Bavel, em breve ouviremos a sua ruína. Baruch HaShem. Am Yisra’el Chai! (Bendito seja HaShem, O povo de Yisrael vive!)

By Rosh Yochanan Ben Avraham

 

Concluímos com base em todos os estudos que fizemos sobre o assunto, até essa última postagem, que não existe no Antigo Testamento qualquer referência ao nascimento virginal messiânico. Quem quer que tenha escrito este trecho do Evangelho de Man’yaohuh, tentou achar no Antigo Testamento alguma referência a um nascimento virginal e o texto de Is 7:14 “caiu como uma luva” [depois de uma pequena manipulação, como fez satanás no Éden] para a fabricação cristã-mitológica, levando em conta o uso dessa característica mítica ao redor do mundo. 

Voltando ao que dissemos no início desse estudo, seria ridículo ouvir uma pessoa que apareceu grávida do nada, dizer que está grávida de uma força sobrenatural [ETs?]. Quais seriam as probabilidades de isso ocorrer hoje? Porcentagem nula! Se a probabilidade de isso ocorrer hoje é nula é porque também deveria ser nula ter ocorrido no primeiro século. Porém, como demonstramos, devido às crenças pagãs daqueles dias, este era o meio mais fácil de trazê-los para o cristianismo: criando um mito em torno da pessoa do nosso Messias. Uma mentira boa ou satânica? Vale tudo, desde que se salve uma “alma”?!? Pense nisto!

Portanto, o nascimento virginal nada mais é que a continuação de antigos mitos, sendo racionalizado por eruditos cristãos. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAKE, Finnis Jennings, Bíblia de Estudo Dake, 1° edição, Belo Horizonte, Brasil, 2010. 
BRUCE, F.F, Comentário Bíblico NVI, Antigo e Novo Testamento, 1° ed., São Paulo, SP, Brasil. 
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA, Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, ed. 1986, Cesário Lange, SP, Brasil. 
GILL, John, Exposition of the Entire Bible. ed. eletrônica. 
THAYER, Joseph Henry, Greek-English Lexicon of the New Testament, ed. eletrônica. 
LOUW, E. e NIDA, Eugene A. Greek-English Lexicon of the New Testament Based on Semantic Domains, ed. eletrônica, EUA, 1989. 
LACHS, Samuel Tobias, Habbinic Commentary on the New Testament, EUA, 1987. 
ROBERTSON, John M. Christianity and Mythology ed. 2004 
Jewsforjesus.Org acessado no dia 12 de Outubro de 2011. 
Dicio.com acessado no dia 12 de Outubro de 2011. 
Jewishroots.Net acessado no dia 13 de Outubro de 2011. 
Carm.Org acessado em 13 de Outubro de 2011. 
Wikipédia acessado no dia 14 de Outubro de 2011. 
Enthology.Org acessado no dia 14 de Outubro de 2011.

Atualização e notas de oCaminho, 22 dez 2014. 

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