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Dízimos: Estou em pecado se não

devolver?

As pessoas hoje em dia, ouvem muita coisa a respeito do dízimo. Os pregadores, frequentemente, citam Ml 3:10 para encher os cofres de suas igrejas. Nesta passagem, o profeta do CRIADOR disse: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Criador dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.

[os verdadeiros “roubadores” de Ml 3:10]

Que texto de pregação poderoso (Ml 3:10)!!! Mandamento do CRIADOR! Obrigação clara! Teste de fidelidade! Garantia de bênção! Cobrança direta do CRIADOR! Não é surpresa que esta seja a passagem favorita de muitos “pastores” modernos.

Mas estariam estes pregadores tratando corretamente a palavra do CRIADOR (veja II Tm 2:15)? O CRIADOR exige nossos dízimos hoje em dia? Ele está prometendo bênçãos materiais abundantes em retribuição? O crente dizimista na estaria fazendo uma barganha (segundas intenções) ao pagar – ou melhor, como dizem: devolver – seu dízimo? Examinemos estas questões de acordo com a Bíblia para determinar o que o CRIADOR realmente quer (veja Atos 17:11).

O CRIADOR EXIGE NOSSOS DÍZIMOS, HOJE EM DIA?

Não há dúvida que o CRIADOR exigiu o dízimo na Bíblia. Mas, para entender Sua vontade para os dias de hoje, precisamos examinar as passagens que discutem o dízimo. Pesquisemos brevemente o ensinamento bíblico sobre este assunto.

O dízimo antes da lei dada a Moisés/Mehu’shua

Antes que o CRIADOR revelasse uma lei escrita a Mehu’shua, para governar os descendentes de Israel/Yaoshor’ul, encontramos duas ocasiões quando homens deram ou prometeram dízimos ao CRIADOR. Depois do resgate de pessoas e de bens que tinham sido tomados de Sodoma numa guerra, Abrul’han deu um dízimo a Melquisedeque, o sacerdote do CRIADOR (Gn 14:18-20). Mais tarde, Jacó/Yah’kof (o neto de Abrul’han) prometeu devolver ao CRIADOR 10% de sua prosperidade (Gn 28:22). Estes dízimos foram voluntários. Não há registro de qualquer mandamento do CRIADOR a respeito do dízimo como prática regular ou estipulada [ordenança] antes do tempo de Mehu’shua. Foi somente após a saída dos israelitas/yaoshorul’itas do Egito que o dízimo foi, portanto, regulamentado para o sistema levítico. Ele era dado ao levita, devido a não ter “herança na terra”, isto é, ele vivia exclusivamente para o serviço religioso e isso lhe dava direito a todos os dízimos (Lv 27:30-34). Marque bem esta frase a seguir: O exemplo de Abrul’han foi o padrão para se estabelecer o DÍZIMO destinado aos Levitas!

O DÍZIMO NA LEI DADA A MEHU’SHUA

É indiscutivelmente claro que o CRIADOR ordenou o dízimo na lei que Ele deu através de Mehu’shua. Muitas passagens mostram essa exigência (por exemplo, Lv 27:30-33; Nm 18:21-32; Dt 12:1-19; 26:12-15). O dízimo era uma característica da relação especial entre o CRIADOR e o povo escolhido de Yaoshor’ul (Dt 14:22-29).

O Dízimo no Antigo Testamento

Antes que teçamos maiores comentários, o esboço a seguir ajudará a compreender as rendas do Templo e suas finalidades:

1) Para os sacerdotes (levitas da família de Aarão/Aharon), conforme Nm 18:9-26 e Lv 5:15-7:35 destacamos:

  1.  Todas as ofertas que não eram queimadas.
  2.  Toda coisa consagrada ao ETERNO por voto.
  3.  Todas as primícias.
  4.  Todos os primogênitos dos animais.
  5.  O dízimo dos dízimos dado pelos levitas.

2) Para os levitas (Nm 18:21-32) – Os dízimos de tudo em Yaoshor’ul.

3) Para os pobres destinava-se um segundo dízimo. Dt 12, 14, 26. Sobre esse segundo dízimo falaremos mais adiante. Havia também outras provisões dada a Mehushua destinadas a proteger os desafortunados como a respiga e o ano sabático (Dt 24:19-10; 25:9-10), mas este não é o assunto do presente estudo.

4) Para a construção, reforma e manutenção do Templo.

  1.  O imposto anual.
  2.  O dinheiro do resgate das pessoas.
  3.  Coleta feita pelos sacerdotes.
  4.  Ofertas voluntárias trazidas ao Templo.

Mesmo respeitando os limites deste trabalho, nos perguntamos como foram administrados os dízimos e ofertas em Yaoshor’ul? Os exemplos seguintes nos ajudarão a compreender alguns aspectos da questão:

Sob Joás/Yao’osh: A reforma de Yao’osh, (cerca de 835 a 796 a.C.) foi uma reforma do Templo e dos seus serviços. Essa empreitada de arrecadação de fundos, para usar uma linguagem bem atual, foi encomendada pelo rei aos sacerdotes. Estes deveriam sair pelas cidades de Judá/Yaohu’dah e levantar dinheiro de todo Yaoshor’ul com o objetivo de reparar “a casa do vosso CRIADOR, de ano em ano” (II Cr 24:1-14). Também cobrou ação dos levitas quanto ao “imposto de Mehushua” que havia sido instituído para esse fim (v.6). Após haverem conclamado a nação, os levitas receberam esse dinheiro dos yaoshorul’itas até que a obra foi concluída (vv. 9-10). Esse imposto anual foi estabelecido com o objetivo específico de manter e reformar o Templo e correspondia a metade de um siclo “segundo o siclo do santuário” (Ex 30:11-16).

O dicionário diz que o siclo era uma moeda dos judaicos, de prata pura e que pesava seis gramas. O shekel era uma moeda de prata pura (meio siclo) que cada um pagava para os gastos de “reparação do Templo e para os sacrifícios, para o perdão do povo. O prazo do pagamento será do dia primeiro ao dia quinze do mês de Adar. Este costume continua até nossos dias…”.

Todo judaico adulto era obrigado a recolher anualmente este imposto e, especificamente nesta época de Yao’osh, estava sendo depositado numa arca de ofertas, no Templo (II Cr 24:8).

Além do imposto do Templo, Yao’osh usou para as despesas da reforma o dinheiro do resgate das pessoas (Lv 27:1-15), as ofertas voluntárias (II Rs 12:4). E a arrecadação feita pelos sacerdotes (II Rs 12:5). Os dízimos continuavam exclusivos para o sacerdócio.

Sob Ezequias/Kozoq’yah: Mentor de uma reforma espiritual que chamava todo o povo para um reavivamento, o rei Kozoq’yah (729 a 686 a.C.) tomou medidas financeiras para restaurar à atividade o Santuário (II Cr 31:2-21). O rei custearia as cerimônias diárias da manhã e da tarde, dos sábados, luas novas e festas fixas, conforme a lei do CRIADOR (v. 3 e Nm 28:1-29). O povo contribuiria com a parte devida aos sacerdotes e levitas, que eram os dízimos e as ofertas (v. 4-6 e Nm 18) e o fez com tal abundância que foi necessário preparar novos depósitos (v.11), e ali recolher fielmente as ofertas e as coisas consagradas (v. 12).

Note: As ofertas, quando feitas de coração, SUPLANTAM os dízimos. E você que aprendeu que o dízimo deixou de ser válido na Renovada Aliança em Yaohushua, tem ofertado dignamente [suplantado o que antes dava/pagava através do sistema dizimal] para a Obra do Criador? Não é esperado de você nada menos do que antes fazia por obrigação ou medo!!! Mc 12:41-44.

– Havia dois grupos encarregados de administrar as entradas, em separado:

  1. Um intendente e sua equipe para os dízimos e porções dos sacerdotes nominalmente. Recebiam o pagamento apenas os que estavam oficialmente registrados como ministros do CRIADOR (vv. 17-19). Eles não recebiam os dízimos diretamente dos adoradores, mas da tesouraria centralizada que coordenava toda a distribuição das porções dos dízimos e rendas dos que, não tendo outra atividade, viviam somente para o serviço religioso da obra do CRIADOR (vv. 14, 15 e 19). As porções eram para todos os levitas, sem discriminação.
  2. Outro intendente levita, Coré, e a sua equipe controlava as ofertas e sua distribuição aos que serviam no Templo em seus turnos (vv. 14-16).

A reforma de Kozoq’yah obedeceu às diretrizes que se encontravam nas leis e ordenanças do CRIADOR (v.21). Não eram idéias de organização originais do rei, mas um retorno ao modelo divino abandonado durante a apostasia. O CRIADOR as aprovou e abençoou, uma vez que foram declaradas boas, retas e verdadeiras (vv. 20 e 21). Os dízimos continuavam exclusivos para o sacerdócio.

Sob Josias/Yaosa’yah: A reforma posterior, do rei Yaosa’yah (640 a 609 a.C.), seguiu o mesmo padrão de Yao’osh e Kozoq’yah. As ofertas voluntárias e o imposto do Templo continuavam ainda a serem depositadas na caixa à porta do Santuário (II Rs 22:1-7; II Cr 24:8-10; 31:14).

Sob Neemias/Naokhem’yah: Depois de recolhidos, em produtos diversos, os dízimos e as ofertas, eram levados a depósitos próprios para cada dádiva, como menciona Naokhem’yah (12:44). Esse procedimento chama a atenção, uma vez que tratava-se de uma reforma espiritual que ocorria após o retorno do cativeiro (444 a.C.). Tal reforma foi seguida de um apelo à devolução das porções prescritas na lei e envolviam ofertas, primícias, dízimos e outras de acordo com a Torah. Tendo determinado depósitos específicos para cada oferta, afim de não misturar entradas que tinham finalidades diferentes, Naokhem’yah também elegeu tesoureiros, centralizou a entrega dos recursos no Santuário de onde se distribuíam as porções aos levitas e sacerdotes, cada um em sua função. É sintomática a preferência por um centro recebedor e uma fiel equipe de sacerdotes que fizesse a distribuição “a seus irmãos” ficando uma equipe em Jerusalém/Yah’shua-oleym para os sacerdotes e outras nas cidades dos levitas (Ne 12:44-47; 13:10-13).

Naokhem’yah representa a mais antiga tradição acerca do uso do dízimo e deriva de Deuteronômio/Devarim e Números/Bamidbar. Na epístola aos Hebreus/Yaohu’dins, capítulo sete menciona-se a exclusividade dos levitas para recolher o dízimo dentro do sistema Mosaico. Trataremos de Hb 7 mais adiante!

Sob Malaquias/Malaokhí: Em Ml 3:8-10 (400 a.C.), o profeta refere-se a essa Casa do Tesouro do Templo, com a sua administração e organização, na qual os dízimos não eram misturados com as ofertas e coisas consagradas, mas tinham seu controle por um corpo de levitas nomeado especialmente para receber e dar as porções aos sacerdotes. A ênfase de Malaokhí é a falta de bênçãos em virtude destes sacerdotes especificamente, não distribuírem os dízimos fielmente, pois deveriam trazê-lo a Yah’shua-oleym sob a supervisão dos sacerdotes e manter a porção dos levitas em suas cidades para que os tesoureiros, também levitas, fizessem a distribuição conforme fosse necessário. Portanto, leia o contexto de Ml 3:10 – que se inicia no cap. 2 – e veja que ali a reprimenda é para os sacerdotes (não para o povo) que estavam dando um mal uso aos dízimos e isto para benefício próprio. Veja em At 4:36-37 um destes levitas roubadores que até posses tinha (lembre-se, levita não poderia ter propriedades)!!!

Um Segundo Dízimo?

Os defensores do Dízimo após a cruz, dizem que  além do dízimo levítico (Nm 18; Lv 27), havia dois dízimos (um para a adoração em família e os pobres e o outro para os levitas e sacerdotes); e, muitos [a IURD?] chegam a afirmar a existência de três dízimos (levitas, pobres e para a família; elevando os donativos dos yaoshorul’itas a um montante fixo de 30% de suas rendas sem contar as doações especiais).

Há referência também ao dízimo do rei, um sistema de impostos, que não será discutido aqui visto não envolver o tema deste estudo.

As passagens em contraste [às quais estes se apegam] com Números/Bamidbar e Levíticos/Viyakró acima mencionadas são Dt 12:6-18; 14:22-28; 26:12-14. Vejamos:

1) Dt 12:5-18 – Promovendo a adoração em família: A ênfase aparente está no uso de uma décima parte das rendas para a adoração em família. Os servos e o levita estariam presentes como participantes. O lugar mencionado nesta passagem é uma referência ao local onde estivesse o Tabernáculo, o Templo yaoshorul’ita. Dizem que o levita não recebia esse dízimo, pois era apenas um convidado ao banquete religioso da família; porém, analisando o texto [contexto] vemos que ali temos na realidade uma das destinações do dízimo entregue no Templo, ou seja, manter as Festas Escriturísticas, onde três vezes ao ano todo yaoshorul’ita deveria ir e participar (Dt 16:16).

2) Dt 14:22-28 – Lembrando dos pobres, viúvas e órfãos: Basicamente o mesmo conteúdo da passagem anterior com algumas informações adicionais. O banquete seria realizado a cada terceiro ano, evidentemente dentro do círculo sabático, isto é, ao terceiro e sexto anos. Caso o adorador morasse longe e fosse dificultoso transportá-lo, esse dízimo poderia ser vendido (se fosse de produtos agro-pecuários), trocado por dinheiro, e levado ao local do Templo; lugar determinado à Festa.

Nos demais anos o banquete deveria ser realizado em casa, ou seja, na localidade onde ele morava; e, a lista de convidados (incluindo os levitas), desta vez, seria aumentada estendendo-se aos pobres, viúvas e órfãos locais.

3) Dt 26:12-14 – Nesta passagem tem-se a última referência sobre a destinação do dízimo especificamente no seu uso a cada terceiro ano…

Sempre que as pessoas se referem à lei dada a Mehu’shua, é importante lembrar que o CRIADOR deu essa lei aos yaoshorul’itas, descendentes de Abrul’han especialmente escolhidos. A manutenção dessa lei era necessária para mostrar que ele era um povo separado, escolhido (Ex 19:1-6; Dt 26:16- 19). Estes mandamentos a respeito do dízimo fora parte “da lei dada a Mehu’shua, que o Criador tinha prescrito a Yaoshor’ul” (Ne 8:1).

Malaquias/Malaokhí viveu no mesmo tempo que Neemias/Naokhem’yah. Ele era um judaico que pregava aos judaicos (Ml 1:1). Ele viveu sob a lei dada a Mehu’shua e encorajou os sacerdotes a serem obedientes à essa lei (Ml 2:4-8, 10; 4:4). Ele usou pensamentos dessa lei para prever as responsabilidades sacerdotais e bênçãos espirituais, ainda por vir, através de um descendente de Abrul’han, mas não impôs sobre todas as pessoas de todos os tempos a obrigação de dar o dízimo. Qualquer esforço para voltar à lei dada a Mehu’shua, hoje em dia, é um esforço para reconstruir o muro o qual Yaohu’shua morreu para destruir (Ef 2:11-16; Gl 5:4). Certamente, os verdadeiros seguidores de Yaohu’shua não quererão anular Seu sacrifício só para acumular dinheiro no tesouro de uma igreja (ou em seus bolsos), não é!

O dízimo no Novo Testamento

Todas as pessoas agora vivem sob a autoridade de Cristo, como foi revelada no Novo Testamento (Mt 28:18-20; Jo 12:48; Atos 17:30- 31). Sua vontade entrou em vigor depois deSua morte (Hb 9:16-28). Estes fatos nos ajudarão a entender as passagens do Novo Testamento, a respeito do dízimo.

Durante sua vida, Yaohu’shua reconheceu a autoridade da lei dada a Mehu’shua. Ele era um judaico, nascido sob a lei (Gl 4:4) e com a missão de cumprir essa lei (Mt 5:17-18). Yaohu’shua criticou os judaicos hipócritas, que negligenciavam outros mandamentos divinos, enquanto zelosamente aplicavam a lei do dízimo (Mt 23:23; Lc 11:42; 18:9-14). Yaohu’shua não ensinou que a lei do dízimo seria uma parte de Sua Aliança, renovada após Sua morte, mas o usou como exemplo para condenar a atitude daqueles dizimistas. Além do mais, o sistema continuaria vigente até o fim do sacerdócio levita que duraria até a cruz – Mt 27:51.

O livro de Hebreus/Yaohu’dins fala do dízimo, para mostrar a superioridade do sacerdócio de Yaohu’shua, quando comparado com o sacerdócio levítico da Lei (Hb 7:1-12). Esta passagem não está ordenando o dízimo para hoje! De fato, o mesmo capítulo afirma claramente que Yaohu’shua mudou ou revogou a lei dada a Mehu’shua (Hb 7:11-19) que constava de Ordenanças [não Mandamentos, como é a Lei Moral, esta sim, vigente até hoje e que teimosamente os pentecostais insistem em renegar, mais especificamente o 4º mandamento – Tg 2:14]. Portanto, o dízimo não é ordenado na lei de Cristo, que é o Novo Testamento.

O Novo Testamento, em nenhum lugar ordena, e nem mesmo recomenda que os cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Paulo/Sha’ul afirma que os crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja (I Co 16:1-2), mas não fala de dízimos.

O Novo Testamento, em lugar algum, determina certa porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua prosperidade” (I Co 16:2 – gratidão!). A igreja neopentecostal basicamente tomou esta proporção (10%) do dízimo do Velho Testamento e a incorporou como um “valor” fixo para o cristão “devolver”. Entretanto, os cristãos não deveriam se sentir obrigados a se prender sempre à quantia de 10%. Deveriam sim dar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Às vezes, isto significa dar mais do que 10%, às vezes, dar menos que 10%. Tudo depende das possibilidades do cristão e das necessidades da igreja. Cada cristão deve cuidadosamente orar e buscar a sabedoria vinda do CRIADOR no tocante a sua participação com a oferta e/ou a quanto deve dar (Tg 1:5). “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque CRIADOR ama ao que dá com alegria” (II Co 9:7).

Hoje, ainda é comum no seio de muitas igrejas cristãs a cobrança do dízimo. Em algumas denominações, notadamente as protestantes e a Igreja Católica Romana, ele é apenas algo recomendável, fruto da gratidão do cristão às bênçãos do CRIADOR. Entretanto, em outras comunidades cristãs, mormente entre os neopentecostais, o dízimo assume um caráter coercitante, assim como se tinha na Lei, sendo que sua inobservância pode acarretar uma série de transtornos para àqueles que o negligenciarem, tais como doenças, crises financeiras, ação do “devorador”, enfim, toda sorte de males. Muitas vezes, sendo a causa do desemprego [faça prova]!!!

Por isto, um dos versículos mais usados para justificar o dízimo ainda hoje é o contido em Ml 3.10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e depois fazei prova de mim nisto, diz o Criador dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Contudo, esse versículo claramente não se aplica ao Novo Testamento por um motivo bem simples. Basta notar que aqueles que o utilizam em larga escala, se esquecem do que vem escrito logo atrás no versículo 9: “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação”. Ora, a pergunta é bem simples: Existe maldição no Novo Testamento? É óbvio que não. A maldição a qual o texto se refere é a maldição da Lei, que é bastante explicada no cap. 28 de Deuteronômio/Devarim. Não existe maldição alguma para os cristãos no período da graça, pois Cristo já Se fez maldição por nós (Gl 3:13). Nós não estamos mais debaixo da Lei das Ordenanças [não confunda Ordenanças (atos para se pedir perdão por algum pecado cometido, antes da cruz) com os Mandamentos contidos na lei Moral de Ex 20]!

Pode então alguém perguntar: Como é que nós vamos manter a obra do CRIADOR sem o dízimo? Irmão, quem disse que a obra do CRIADOR precisa de dinheiro para ser realizada? Você sinceramente acredita que a igreja, depois de tudo pelo que já passou ao longo da história, chegou até aqui por causa do dinheiro dos cristãos? A obra do CRIADOR não precisa de dinheiro, mas sim de cristãos – VOCÊ – comprometidos em ser sal da terra e luz do mundo! Além do mais, não devemos confundir gastos desnecessários com nossos templos suntuosos X obra do CRIADOR. A igreja primitiva se reunia em casas e tudo ia bem…

Se quisermos ter faustos templos como muitos que existem hoje, temos que arcar com os custos, sem dizer que isso é um gasto com a obra do CRIADOR. Outra coisa, se a desculpa para dizimarmos são esses tipos de gastos, por que não fazemos um rateio das custas e despesas do templo, bem como dos trabalhos e dividimos entre os membros? Não está em moda a “transparência”? Por que, ao invés de ficarmos dando dinheiro indiscriminadamente para “missões”, não criamos fundos de contribuição voluntária para esse fim? E, esta história de que “fiz a minha parte e se o dinheiro está sendo mal empregado ou desviado, isto é a pessoa com o ETERNO” não é a atitude correta; você é responsável sim! Está sendo condizente!!! Quantos estão sendo deixados de ser atendidos por sua negligência em não fiscalizar???

Portanto, a resposta é simples: o dízimo é mais vantajoso [para quem?]! Basta observar a riqueza das centrais, dirigentes e ou “pastores”… Tem eles autoridade para orarem em favor da prosperidade de alguém ou mesmo pelo emprego de suas “ovelhas”? Se eles nunca experimentaram o que é ser pobre ou mesmo desempregado, como podem sentir esta dor e se compadecer verdadeiramente pelo pai de família desempregado? Ainda têem a coragem de exigir “fé” destes para que façam a “prova”!

Mas então, o que o Novo Testamento nos fala sobre o assunto? Diferentemente do que ocorria antes da cruz, após, isto fica bem claro ao mostrar que hoje, tudo o que possuímos, toda nossa vida, todos os nossos bens, todo nosso tempo (e não só 10%) pertencem a CRIADOR! Devem ser vividos e usados para Sua honra e glória. Em Mc 12:41-44, temos uma clara amostra disso. Enquanto muitos davam altas quantias de dinheiro, provavelmente dízimos e ofertas obrigatórias, a viúva deu tudo o que possuía, sendo elogiada por Yaohu’shua perante seus discípulos. A partir deste fato, este se tornou o padrão para se estabelecer a OFERTA na oholyáo; o Amor…

Veja, o apóstolo Sha’ul diz que quem quiser contribuir deve sempre fazer de modo voluntário e com alegria, sem esperar nada em troca (II Co 9:7). Tudo que possuímos hoje é pela graça, e não porque somos dizimistas. Como já dito, o que aprendemos no Novo Testamento é que todo meu dinheiro, todo meu tempo e tudo o que sou devem ser usados para honra e glória do CRIADOR; independentemente de entregar dízimos na comunidade cristã que eu frequento. O ETERNO passou a medir o meu coração através das minhas e ofertas e ai sim, a prosperidade na mediada da minha generosidade – II Co 9:8-12. Portanto, prosperidades maiores do que a de Ml 3:10.

É triste o que digo agora, mas, infelizmente, muitos cristãos por não conhecerem essa doutrina básica do cristianismo, têm servido apenas como mais uma forma para o enriquecimento ilícito de  homens inescrupulosos, que usam ensinos equivocados e “cravados na cruz” como forma de justificar suas práticas erradas; explorando a fé de pessoas sem conhecimento.

II Co 9:7 – (Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque CRIADOR ama a quem da com alegria…). Embora Sha’ul esteja se referindo a coleta aos pobres, tomamos por certo que os princípios aqui declarados devem servir de orientação para os que desejam de coração contribuir para uma ajuda mútua às igrejas que também necessitam das ofertas levantadas para poderem manter o seu próprio sustento, ou seja, englobando todos os aspectos necessários para a sua manutenção; também para os empreendimentos em evangelismo, para caridade ou seja para com os que carecem da ajuda da igreja de uma forma ou de outra. Se você deseja contestar esta amplitude (princípio) não deveria fazê-lo uma vez que os dízimos levitas eram constituídos exclusivamente de produtos agropecuários e não dinheiro como se fazem hoje e neste caso, você aceita este outro princípio de ação!  Veja, esta contribuição [ofertas] devera ser: voluntária, por caridade e amor ao próximo. Mas, embora o Novo Testamento não prescreva o dizimo como uma obrigação legal para os seguidores de Cristo, ainda assim o crente se o desejar pode usar o sistema dizimal na forma de um pacto e com isto a sua contribuição deverá ser feita de forma amorosa e sistemática (I Co 16:2) – a oholyáo assim saberá com quanto poderá contar para assim, estabelecer as suas metas!

Devemos saber que o dízimo pactuado [proposta feita pelo próprio crente] e a oferta, são muito mais que uma lei ou obrigação e sim um ato de amor voluntário para com o próximo; pois quem esta dizimando com medo de não ser salvo, ou por dar satisfação (mostrar) ao homem, ou para dizer que dizima, ou para conseguir algo material, esta perdendo o seu tempo e em vão esta dizimando. Se não houver o amor para poder ofertar à Casa do CRIADOR este está se complicando. Não quero julgar nenhuma congregação, mas este é um alerta às igrejas que estão levando o evangelho de Cristo a serio, ou seja, que estão com um verdadeiro compromisso com a palavra do CRIADOR, vivo e único; não trino.

Reafirmo, o dízimo foi um ato espontâneo de Abrul’han, depois durante a lei, o CRIADOR o ordenou para sustento dos levitas; mas depois que o véu foi rasgado nunca mais se ouviu tal ordenança nas Escrituras a não ser em comentários de fatos passados (Hb 7). Hoje nós somos a Casa do Criador, a congregação/oholyáo, e cada um de nós cristãos individualmente é um membro do corpo de Cristo [Igreja/Kehiláh], não existe mais o sustento dos levitas; o que existe hoje é a necessidade da manutenção [água, luz, aluguel, telefone, salário dos roshs*, etc] dos locais de reunião e isto tem de ficar ao encargo de todos os irmãos que devem espontaneamente suprir essa necessidade e ainda ajudar aos irmãos pobres de acordo com suas posses (I Co 16:2,3). As denominações que hoje ainda mantém essa pratica [cobrar o dízimo sob a ameaça de Ml 3:10 e I Co 6:10] aparentemente o faz por comodismo; mas, certamente existe algo além disto: enriquecimento ilícito da denominação, de seus líderes e de seus apadrinhados…

* Sobre bens a bíblia também diz: E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui – Gl 6:6. Isto, pois, lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes das bênçãos espirituais dos judaicos, devem também servir a estes com as materiais – Rm 15:27. E Sha’ul vai além: Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de honorários dobrados, especialmente os que labutam na pregação e no ensino… E: Digno é o trabalhador do seu salário. I Tm 5:17-18. Portanto, aqueles [roshs] que trabalham exclusivamente na obra, devem receber seus salários e direitos trabalhistas da oholyáo!

— Sou forçado a repetir, pois sei que existem pessoas que só vêem o que lhes interessa: depois que o véu foi rasgado ninguém mais ensinou como prática o “Pagar Dízimos”; será que os apóstolos ocultaram isto dos fiéis da época, será que mesmo com toda a diligência deles negligenciariam tal item se ainda vigorasse? — Me mostre eles ensinando alguém sobre o Dízimo como pratica funcional vigente!

Há muitos analfabetos bíblicos; e outros, lêem a bíblia com o entendimento encoberto: II Co 4:3 (Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto, nos quais o ídolo deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem do ETERNO) –  leia II Ts 2:7-12.

Por isto, quanto ao dizimo, vejo que o seu entendimento ainda está encoberto; porém, se você aceitar a Yaohu’shua (o Verdadeiro, não o trino que possui um falso nome, paganizado) Ele te dará o entendimento – Lc 24:45, I Jo 5:20 – e assim, cairá o véu: II Co 3:16. Contudo, convertendo-se um deles ao CRIADOR, é-lhe tirado o véu. E, se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis – II João 1:10.

Que lei se aplica hoje?

Não vivemos sob a lei dada a Mehu’shua (ordenanças – Cl 2:14), hoje em dia. Yaohu’shua aboliu/cumpriu essa lei por sua morte (Ef 2:14-15). Estamos mortos para essa lei para que possamos estar vivos para Cristo (Rm 7:4-7). A lei gravada nas pedras, no Monte Sinai/S’neah, extinguiu-se e a Aliança foi renovada sem estas ordenanças (II Co 3:6-11). A lei funcionou como um tutor (apoio) para trazer o povo a Cristo, mas não estamos mais sob esse tutor (Gl 3:22-25). Aqueles que desejam estar sob a lei estão abandonando a liberdade em Cristo e retornando à escravidão (Gl 4:21-31). As pessoas que voltam à essa lei estão decaindo da graça e se separando de Cristo (Gl 5:1-6). Não temos o direito de retornar à essa lei, para obrigar que cumpram a circuncisão, os sacrifícios de animais, as regras especiais sobre o perdão, a pena de morte para os filhos rebeldes, o dízimo e qualquer outro mandamento da lei dada a Mehu’shua. Yaohu’shua hol’Mehushkyah (o Messias) é o Cordeiro que cumpriu tudo isto, já que a Lei para Ele apontava! Porém, não vá alem e use isto para justificar a sua ação de guardar um dia pagão, o domingo (imposto pela ICAR) contrapondo-se ao 4º Mandamento – Mt 5:17-19.

Vivemos sob a autoridade de Cristo e temos que encontrar a autoridade religiosa na renovação da Aliança que Ele realizou através de Sua morte. Ele é o mediador (e único Intercessor) desta [renovada] Aliança (Hb 9:15; 7:25). Seremos julgados por Suas palavras (Jo 12:48-50). Desde que Yaohu’shua tem toda a autoridade, temos a responsabilidade de obedecer tudo o que Ele ordena (Mt 28:18-20 – sem os vs apócrifos da imersão trinitariana, é claro!).

O que o Novo Testamento diz a respeito das dádivas?

Yaohu’shua, através de Sha’ul, ensina que as igrejas devem fazer coletas nas quais os cristãos darão de acordo com sua prosperidade (I Co 16:1- 2). Temos que dar com amor, generosidade e alegria, conforme tencionamos em nossos corações (II Co 8:1-12; 9:1-9). Portanto, podemos dar mais do que 10% ou menos do que 10%. Temos que usar nossos recursos financeiros, e todos os outros recursos, no serviço do CRIADOR. Não somos mandados pelo CRIADOR para darmos uma porcentagem especial.

E a respeito das bênçãos?

Malaquias/Malaokhí pregou à uma nação carnal – na figura dos sacerdotes – que estava sofrendo as consequências carnais do pecado. Ele prometeu as bênçãos materiais do CRIADOR para aqueles que se arrependessem de sua desobediência… Não encontramos esta importância material no Novo Testamento. O CRIADOR garante aos fiéis que eles não precisam se preocupar com as necessidades da vida (Mt 6:25-33).

O Novo Testamento não promete luxo, conforto e riquezas. Yaohu’shua sofreu nesta vida, e assim seus seguidores sofrerão (Mc 10:29-30; Lc 9:57-62). A preocupação com a prosperidade material nos distrai da meta celestial e nos arrasta à idolatria da cobiça (Cl 3:1-5). Tais motivos não têm nenhum lugar entre os cidadãos do reino do CRIADOR; isto é obra específica de há’satan para desviar o foco da verdade!!!

Distorcendo Ml 3:10

Aqueles que citam Ml 3:10 para exigir o dízimo, e prometem prosperidade material, estão destorcendo a palavra do CRIADOR a benefício próprio – enriquecimento! Eles estão enchendo os tesouros das “igrejas” ao desviarem a atenção de seus seguidores das coisas espirituais para darem atenção às posses materiais. Pedro/Kafos advertiu sobre tais mestres: “Também, movidos pela avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (II Pe 2:3).

Mirando a meta celestial

O CRIADOR oferece uma coisa muito melhor aos seus seguidores, um prêmio eterno vindo do céu: o Reino da Glória! Sha’ul nos desafia a mirar essa meta: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita do ETERNO. Pensai nas cousas lá do alto, mas não nas que são da terra” (Cl 3:1-2). Amnao!

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